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Só pensam neles

Partidos germinam mas apodrecem antes de florir uma bancada

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Autor/Imagem:
João Moura* - Foto de Arquivo

A existência efêmera dos partidos políticos que apodrecem antes de amadurecerem está aumentando no espectro político brasileiro. Parlamentares também estão nessa prateleira de ativos podres. Tanto que, nos corredores que cortam o mundo político, surgem e desaparecem partidos como folhas ao vento, alguns mal tendo a chance de florescer antes de começarem a murchar. Essa efemeridade na existência das legendas é uma realidade intrigante e muitas vezes frustrante para os observadores políticos e cidadãos preocupados com os rumos que a política vem tomando ultimamente.

Recentemente tivemos a fusão de dois partidos – PTB e PATRIOTAS – que não conseguiram superar a cláusula de barreira imposta pela Justiça Eleitoral. Da fusão, surgiu o PRD. É uma cena comum: um novo partido surge com grande fanfarra, prometendo mudança, inovação e uma abordagem para os problemas que afligem a sociedade. No entanto, antes mesmo de suas raízes terem a chance de se firmar no solo político, a agremiação partidária começa a mostrar sinais de decadência – é só conferir a votação sobre a manutenção (ou não) da prisão do deputado Chiquinho Brazão.

O que leva à podridão prematura desses partidos políticos? Uma série de fatores pode contribuir para esse fenômeno lamentável. Em muitos casos, a falta de coesão interna e liderança fraca desempenham um papel fundamental. Sem uma visão clara ou estratégia unificadora, os membros do partido se veem divididos por conflitos internos e rivalidades pessoais, minando assim qualquer chance de progresso significativo.

Além disso, a falta de recursos financeiros e apoio popular também podem condenar um partido político ao fracasso antes mesmo de ter a chance de competir em uma eleição. Sem financiamento adequado ou uma base sólida de eleitores, os partidos políticos novatos lutam para ganhar tração e enfrentam uma batalha íngreme contra as forças estabelecidas.

Mas talvez o fator mais preocupante seja a corrupção e a falta de integridade que permeiam alguns desses partidos. Em vez de servir aos interesses do povo, são frequentemente dominados por políticos ambiciosos que visam apenas seus próprios ganhos pessoais. Esquemas de corrupção, suborno e nepotismo corroem as estruturas internas das legendas, sepultando qualquer esperança de progresso genuíno.

Então, o que pode ser feito para evitar a podridão precoce dos partidos políticos? Uma maior transparência, prestação de contas e participação cívica são essenciais para manter os partidos políticos honestos e responsáveis perante o público. Além disso, é crucial cultivar uma cultura política que valorize a integridade, o compromisso com o bem comum e o serviço público genuíno.

A existência efêmera dos partidos políticos que apodrecem antes de amadurecerem é um lembrete contundente dos desafios e complexidades da política moderna. Somente através do compromisso contínuo com os valores democráticos e a governança responsável podemos esperar construir partidos políticos que resistam ao teste do tempo e sirvam verdadeiramente aos interesses da sociedade.

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