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Miscelânea de gírias

Nestor troca velha solidão por alianças com Eulália

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Nestor, com tiradas tão antigas, até parecia ter vindo diretamente dos anos 1950. Na verdade, o velho, hoje aos 81 anos, havia mesmo vivenciado aquela época em que os homens calçavam sapato, vestiam calça tergal e carregavam pente no bolso da camisa de botões.

Mas não era apenas de bafafá que vivia o sujeito, já que raramente marcava touca, mesmo que precisasse tomar aquele chá de cadeira. Motorista há tempos, é verdade que tinha fama de barbeiro, gostava de fazer uma fezinha no bicho, sempre na boca de espera. Quem sabe fosse naquele dia que ganharia aquela bolada? Seria um alívio, pois, do contrário, a situação poderia ser de lascar o cano.

O homem não deixou de viver as coisas das gerações seguintes, o que fez com que enchesse a bagagem com as gírias que surgiram década a década. Despachado como ele só, logo se enturmava com a galera nova. E, apesar dos trancos e barrancos, sempre conseguia se fazer entender, como aconteceu por esses dias.

Dona Eulália, bisavó de uma meninada numerosa, começou a flertar com o Nestor, que há tempos andava com o coração partido por conta da viuvez. O namorico, parece, virou papo firme. Tanto é que até fez questão de preparar aquela feijoada para apresentar o gajo cheio de borogodó para a família.

Aconteceu no último domingo, bem ali em frente à praia de Itapuama, na cidade de Cabo de Santo Agostinho, pertinho da Sucursal Nordeste de Notibras. Tal evento, aliás, não poderia ficar de fora da pauta e, por isso, lá foi o editor do jornal cobrir o evento. Sim, isso mesmo, o próprio José Seabra, que conhece os enamorados de outros carnavais.

Mal chegou, o Seabra foi puxado pelo braço pela dona da casa, que fez questão de lhe confidenciar que os caretas da vizinhança estavam de butuca. Que ficassem, pois aqueles lá não entendem bulhufas das coisas do coração. E lá foram os dois em direção ao Nestor, que estava de prosa com a gurizada.

Assim que dona Eulália e o jornalista se aproximaram, foi aquela surpresa. Abraços calorosos entre aqueles dois conhecidos das antigas. Nisso, Nestor apresentou o Seabra para a criançada.

— Galera, este aqui é meu grande amigo José Seabra.

A patota pareceu gostar muito do editor de Notibras. A prova é que a Vívian, do alto dos seus quase oito anos, quis logo se enturmar.

— Chefia, qual é o babado?

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