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Amanda, a espalhafatosa

Socialite florida tenta roubar cena em casamento

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Ao contrário do Airton, o marido, sempre muito contido, Amanda era espalhafatosa. Nada de esmalte bege, quando o vermelho lhe caía tão bem. Para que vestido sóbrio, quando as flores foram feitas para enaltecer tanta beleza?

Fosse para ir ao mercado, ir ao parque com os filhos, até mesmo para um passeio com o Totó, o poodle, a mulher queria porque queria passar maquiagem para enaltecer os olhos, a boca, as doces maçãs do rosto. Um retoque aqui, outro ali, quase uma hora após, estava satisfeita. Totó que aguardasse quietinho para fazer as necessidades.

O tempo passou, mas a vaidade continuava entranhada que nem amálgama. E foi assim também naquele dia tão importante para a Dulce, filha única da Ruth, melhor amiga da Amanda. A moça iria se casar com o Lúcio, rapazola dos mais desejados pelas solteiras. Mas nada de escapadas, pois Dulce soube fisgar o partidão de alguma forma, que, até hoje, é um mistério.

O fato é que a igreja estava abarrotada de flores e gente no início daquela noite. Cochichos não faltavam, enquanto o noivo, impecável no fraque, aguardava ansioso pela entrada da Dulce, que havia extrapolado os razoáveis 30 minutos, já beirando completar hora inteira.

A essa altura, havia alguns convidados que cogitavam se a noiva não teria desistido ou coisa pior. Será que a Dulce fugiu com o antigo namorado? Que nada! Antes mesmo das fofocas ganharem corpo, eis que surge, esplendorosa, a filha da dona Ruth. Quanta elegância! Foi um festival de caras e bocas daquela gente, que não se cansava de exaltar a noiva, que, escoltada pelo pai, desfilou até o altar.

Tudo lindo e maravilhoso, até que, chegada de última hora, apareceu a Amanda, que soube se fazer notar assim que, com um tom de voz um tiquinho mais alto, fez questão de cumprimentar os convidados que estavam na porta da igreja abarrotada. Todos, inclusive os noivos e o padre, olharam para a mulher, que, além do vestido cor-de-rosa, estava com um chapéu todo florido. O marido, que não sabia onde enfiar a cara, chamou a atenção da esposa.

— Amanda, mas pra que tudo isso? Não dava para ser mais simples?

— Airton, meu bem, você tem razão. Se bem que não seria histórico.

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