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'Essa terra é minha'

Putin oferece paz à Ucrânia mas quer para Moscou a cereja do bolo

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Antônio Albuquerque - Foto Reprodução/Sputniknews

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu nesta sexta-feira, 14, ordenar “imediatamente” um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações de paz. O problema está nas condições: 1) a Rússia mantém as vastas regiões que já ocupou em solo ucraniano; 2) desmilitarização e garantia de que a Otan não abrirá as portas ao regime de Kiev.

Tal acordo parece inviável para a Ucrânia, que continua firme em seu desejo de aderir à aliança militar (Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão)e tem exigido constantemente a retirada das tropas russas de todo o seu território. Até agora, não houve uma resposta de Volodimyr Zelensky à proposta de Putin.

“Faremos isso imediatamente”, sentenciou Putin durante um discurso no Ministério das Relações Exteriores em Moscou. Suas declarações coincidiram com uma reunião de líderes do G7 e uma cúpula na Suíça, que contará neste fim de semana com numerosos líderes mundiais em um esforço para delinear os primeiros passos para alcançar a paz na Ucrânia. Moscou não estará representada na reunião.

Putin enfatizou que sua proposta visa uma “resolução final” do conflito na Ucrânia em vez de simplesmente “congelá-lo.” Ele afirmou que o Kremlin está “pronto para iniciar negociações sem demora.” Entre as demandas mais amplas para a paz listadas pelo líder russo estão o compromisso da Ucrânia com um status não nuclear, limitações às suas capacidades militares e proteções para os interesses da população de língua russa dentro da Ucrânia.

Putin insistiu que todas essas condições deveriam ser consagradas em “acordos internacionais fundamentais” e exigiu o levantamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia.

“Estamos pedindo para virar esta trágica página da história e começar a restaurar, passo a passo, a unidade entre a Rússia e a Ucrânia e na Europa em geral,” concluiu Putin.

O caminho para a paz na Ucrânia, avaliam estrategistas militares e diplomatas de alto nível, continua complexo e cheio de desafios. Embora a proposta de Putin indique uma disposição para o diálogo, as condições apresentadas refletem demandas russas de longa data que foram consistentemente rejeitadas pela Ucrânia e seus aliados.

Os próximos dias e semanas provavelmente verão uma intensa atividade diplomática enquanto a comunidade internacional busca navegar por esses interesses concorrentes e avançar em direção a uma resolução pacífica da guerra, que se estende por mais de 30 meses.

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