Futebol feminino
Meninas de prata do Brasil vão atrás do ouro contra os EUA
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emA de prata já está garantida, mas a busca pela medalha de ouro continua. E tudo graças à goleada de 4 a 2 em cima da Espanha, nesta terça, 6, em Marsellha, com uma vitória inquestionável da Seleção Brasileira Feminina de Futebol. A final será contra a equipe dos Estados Unidos, no sábado, 10, ao meio-dia (horário de Brasília). É um velho sonho. Marta tinha 22 anos quando as canarinhas disputaram uma final olímpica pela última vez. Única remanescente daquela geração, a camisa 10 terá a chance de disputar o ouro que falta à coleção de títulos. Tudo em razão da atuação colossal de companheiras que eram meninas assistindo pela televisão à conquista daquela prata em Pequim 2008. Fora por suspensão, a Rainha viu das arquibancadas o coletivo honrar a amarelinha para vencer com louvor a poderosa campeã mundial espanhola.
Os 4 a 2 no placar das semifinais dos Jogos Olímpicos Paris 2024 foram construídos com um gol contra de Irene Paredes e outros de Gabi Portilho, Adriana e Kerolin – Duda Sampaio, contra, e Paralluelo descontaram. As brasileiras vingaram a derrota na fase de grupos em jogo completamente diferente, com defesa sólida e múltiplas oportunidades de ataque criadas.
Na terceira decisão olímpica do nosso futebol feminino, o adversário será, pela terceira vez, os Estados Unidos. Dezesseis anos após o último encontro nesta fase do evento, as duas equipes se enfrentam de novo, agora em Lyon. As americanas garantiram a classificação ao derrotarem a Alemanha por 1 a 0.
O domínio
O Brasil começou com três mudanças em relação às oitavas de final. Yaya entrou lugar de Tamires, que sofreu uma lesão ligamentar no tornozelo e está fora dos Jogos; Priscila substituiu Rafaelle, que está com desconforto no pé; e Luciana ocupou a posição de Tainá, que sentiu um desconforto no joelho. Com a ampliação da punição de Marta, expulsa contra a própria Espanha na fase de grupos, a camisa 10 não pôde retornar ao time.
O Brasil iniciou o jogo adotando a estratégia que fez a Colômbia levar a Espanha para a disputa de pênaltis nas oitavas. A marcação sob pressão incomodou as europeias e surtiu efeito já aos cinco minutos. A goleira Cata Coll saiu mal, a bola resvalou em Priscila, bateu em Irene Paredes e voltou para o gol: 1 a 0 para o Brasil.
Atrás no placar, a Espanha empurrou a seleção para o campo de defesa em busca do empate. O time comandado por Arthur Elias se fechou, e Lorena apareceu bem nas finalizações. As melhores oportunidades do nosso ataque surgiram em contra-ataques e com Ludmilla pelo lado direito. A camisa 14 e Gabi Portilho finalizaram deixando a goleira espanhola em alerta.
O Brasil criou várias oportunidades para ampliar, sendo uma claríssima aos 36 minutos. Um lindo lançamento de Yaya, que fez excelente primeiro tempo, deixou Priscila na cara do gol. A camisa 19, no entanto, tirou demais da goleira e finalizou à direita de Cata Coll. Já no último suspiro dos acréscimos, aos 49, Yasmin cruzou com perfeição da esquerda para Gabi Portilho tocar com categoria no cantinho direito.
Baile em Marselha
A Espanha fez duas trocas na tentativa de reagir. Colocou Oihane Hernandez na vaga de Olga Carmona e Athenea Del Castillo na de Eva Navarro. Logo no início, Ludmilla deu um susto ao cair no gramado após uma bolada na cabeça. Mas mostrou que estava recuperada em duas boas chances do Brasil na sequência.
Em uma delas se esforçou, mas não chegou a tempo de aproveitar passe de Gabi Portilho após roubar a bola na defesa adversária. Na outra, arriscou um chutaço de fora da área para defesa de Cata Coll. Jheniffer também ficou no quase. Após cruzamento e bola triscada de cabeça não conseguiu empurrar para a rede.
Em vez de se encurralar, a Espanha cresceu com três chegadas perigosas, devidamente afastadas pela defesa. Com 10 minutos de bola rolando, os dois lados mexeram. A Espanha fez a terceira substituição trocando a capitã Irene Paredes por Laia Aleixandri, enquanto o Brasil trocou Ludmilla por Adriana e Angelina por Duda Sampaio.
As campeãs mundiais até assustaram com um chute de longe de Jennifer Hermoso espalmado por Lorena. Mas um contra-ataque fulminante colocou o Brasil ainda mais perto da final. Yaya roubou a bola no campo de defesa, deu para Priscila disparar pela esquerda e tocar para Adriana, que havia acabado de entrar, mandar uma pancada no travessão. No rebote, Gabi Portilho pegou a sobra e tocou de cabeça para a própria Adriana mergulhar e ampliar para 3 a 0.
Arthur Elias precisou colocar Kerolin na vaga de Lauren e aproveitou para trocar Priscila por Gabi Nunes. O jogo permaneceu morno por um tempo, mas um escanteio da Espanha aos 40 do segundo tempo esquentou o clima. Paralluelo subiu mais do que a defesa brasileira para descontar de cabeça (3 a 1).
A pressão seguiu e fez Lorena trabalhar. Alexia Putellas mandou um chutaço para a goleira brasileira triscar na bola, que explodiu na sequência no travessão. Jennifer Hermoso também mandou uma bomba espalmada pela camisa 1.
Ao acordar e arriscar tudo, a Espanha também se abriu. Depois de perder uma chance por muito pouco, Kerolin não desperdiçou uma segunda oportunidade. Usou a falha da defesa adversária para mandar por baixo das pernas de Cata Coll e fazer 4 a 1. Paralluelo ainda esfriou a festa ao descontar de novo após nova cobrança de escanteio. As espanholas se lançaram para o tudo ou nada, e os acréscimos novamente pareceram eternos. Mas não houve tempo extra que permitisse a virada. Era 4 a 2 no placar, baile e medalha olímpica garantida para o Brasil. Agora é hora de buscar o ouro!