Quem tem medo dele?
Xandão protagoniza novela judiciária com roteiro certo
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emEra uma vez, numa terra onde a Justiça vestia toga, um magistrado que parecia ser o terror de muitos — políticos, empresários e até bilionários audaciosos. Alexandre de Moraes, o Xandão, tornou-se protagonista de uma novela judicial que atrai mais atenção do que a própria Justiça poderia imaginar. Com seu estilo firme e decisões que dividem opiniões, ele faz jus à pergunta: “Quem tem medo do Xandão, do Xandão, do Xandão?”
Nos tempos de Gilmar Mendes, o STF já flertava com o estrelato, mas agora é Xandão quem comanda o show. Suas decisões polêmicas transformaram o Supremo em um palco onde a seriedade se mistura com a dramatização midiática. Recentemente, o roteiro ganhou um novo antagonista: Elon Musk, o bilionário que vive como os personagens de Pink e Cérebro — “Hoje vamos conquistar o mundo!”. Dono do X, a antiga plataforma Twitter, Musk achou que podia desafiar o Judiciário brasileiro ignorando ordens e rebatendo decisões, mas encontrou em Xandão um oponente à altura.
O ministro não hesitou em determinar a suspensão da plataforma no Brasil, com base na falta de cumprimento de ordens judiciais. Embora legalmente fundamentada, a decisão reacendeu o debate sobre o papel do Supremo e seus limites. Até que ponto o STF pode ir sem parecer que está invadindo as competências de outros poderes? A resposta não é simples, mas o risco de cruzar a linha é real, principalmente quando o tribunal assume um protagonismo que muitos julgam exagerado.
Xandão age com respaldo da lei, mas o impacto de suas decisões levanta questionamentos. A suspensão do X foi vista por alguns como necessária para impor ordem, e por outros como um exagero que flerta com a censura. Esse tipo de ação coloca o STF sob os holofotes, transformando o que deveria ser um tribunal de última instância em um ator central no embate entre o poder econômico e o judiciário.
No fim das contas, quem tem medo do Xandão? Eu não. Porque, apesar de toda a polêmica e exposição, ele representa um sistema que, com todos os seus defeitos, ainda é nossa principal defesa contra abusos e desmandos, colocando limites onde muitos acham que não existem.