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Da Bahia ao Maranhão

Resorts se espalham pelo litoral oferecendo luxo e atraindo a classe média

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Autor/Imagem:
Karoline Alcântara - Foto Divulgação

Nos últimos anos, uma nova tendência tem se destacado no cenário turístico do Nordeste brasileiro: a proliferação de resorts de luxo ao longo de suas paradisíacas praias. Esses complexos, antes restritos a turistas de alto poder aquisitivo, têm agora atraído uma crescente parcela da classe média, graças à diversificação das opções e às facilidades de pagamento, como pacotes acessíveis e promoções sazonais.

A paisagem natural do Nordeste, com suas praias de areia branca, águas cristalinas e clima quente durante boa parte do ano, sempre foi um grande atrativo turístico. No entanto, o aumento da infraestrutura hoteleira de alto padrão vem oferecendo não só uma experiência de lazer, mas também um certo status aos que buscam um pouco de luxo, mesmo que de forma temporária.

Para muitos, o resort tornou-se sinônimo de descanso absoluto: sem precisar se preocupar com as refeições, com a organização do quarto ou com a programação do dia. A ideia de um “tudo incluído” seduz aqueles que desejam esquecer, ainda que por alguns dias, a rotina estressante da cidade. O turista chega, é recepcionado com drinques coloridos, tem à disposição várias opções de restaurantes e bares, piscinas, spas e atividades de lazer – tudo sem precisar sair do lugar.

Com isso, um novo fenômeno também se consolida: o turismo regional. Famílias de várias partes do Brasil, sobretudo da classe média, encontram no Nordeste uma combinação perfeita de custo-benefício. A facilidade de acesso, muitas vezes por voos diretos a preços competitivos, e a ampla oferta de pacotes turísticos fizeram desses resorts uma opção cada vez mais viável.

Mas o crescimento desse setor também levanta questões sobre o impacto ambiental e social dessa expansão. O avanço desordenado da construção desses empreendimentos pode gerar efeitos negativos nas comunidades locais, deslocando pescadores e pequenos comerciantes. Além disso, o uso intensivo dos recursos naturais, como água e energia, e a produção de lixo são pontos críticos para serem considerados.

Ainda assim, a classe média continua a adotar esse novo padrão de turismo. A promessa de dias despreocupados, de descanso e de momentos em que a única preocupação é qual atividade escolher no resort, parece ser irresistível. Enquanto isso, o litoral nordestino vai se transformando, com suas praias naturais cedendo lugar, pouco a pouco, ao conforto e ao luxo dos grandes complexos turísticos.

No fim das contas, o que está em jogo é a busca por um equilíbrio: proporcionar desenvolvimento para a região e, ao mesmo tempo, preservar a essência natural que torna o Nordeste um dos destinos mais desejados do Brasil. Os resorts estão aí, e cada vez mais presentes. Resta saber se essa expansão será benéfica para todos os envolvidos – tanto os que usufruem dos serviços quanto aqueles que, de certa forma, têm suas vidas diretamente impactadas por essa nova realidade.

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