Curta nossa página


O amigo da vaca

Sonho sonhado só não revela quem limpou a sujeira

Publicado

Autor/Imagem:
Hélio Cervelin - Foto Produção Irene Araújo

Estava no escritório finalizando um poema, quando ouvi a voz de minha filha, gritando para me avisar que a vaca havia invadido nossa casa e estava comendo um pão. E o pior: já havia nos brindado com um belo bolo de fezes escuras e moles no meio da sala.

Abandonei meu poema e corri imediatamente para lá. Abraçando afetuosamente a vaca de cor clara e olhar suave, fui puxando uma conversa e, enquanto a conduzia para fora, fui argumentando com ela, dizendo-lhe:

– Querida, aqui dentro de casa não é o seu lugar. Nós, humanos, e vocês somos diferentes; vocês têm cascos, nós não. Os cascos protegem vocês das bactérias e doenças, e vocês podem ficar lá fora, enquanto nossos pés são desprotegidos, tornando-nos vulneráveis às doenças. Por isso vivemos dentro de casa.

E fui conduzindo-a para fora naquele entendimento amigável. E ainda lhe pedi desculpas por termos esquecido a porta aberta.

Quem limpou o cocô? O sonho não revelou.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.