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Da liberdade

Abra as asas da imaginação e esqueça o dia-a-dia doentio

Publicado

Autor/Imagem:
Nicolas Rosa - Foto Produção Irene Araújo

Programar o Word do trabalho,
Para ter o tamanho de fonte que gostamos:
Investir tempo criando,
uma playlist perfeita.

Ter um grupo de memes,
Outro de falar besteira,
Outro para falar mal daquele colega,
Que ninguém gosta.

Em algum dia entre a quarta e a sexta,
Comprar um cappuccino caro,
Ao invés de pegar o café de graça.

Ver outro episódio daquela série
Que a gente sabe que vai abandonar,
Na próxima temporada.

Liberdade, pra mim, é isso.
Não nego que ouvir ‘’La Marsellaise’’,
Ou ‘’The Star Spangled Banner’’
Me deixa comovido.

Mas eu gosto de fazer pequenas coisas,
Que não tenha de agradecer
A um veterano pelo seu serviço.

Cada uma delas,
São o contrário do patriótico.
Elas não são ficar de pé diante de um hino:
São gambiarras, são improvisos,
São tempo e pequenas quantias,
Que desperdiçamos consigo mesmos,
Movendo a economia,
Sem intenção de ser produtivos.

Essas fugas, esses escapes,
Não receberam objetivo,
E são boas, justo por isso.

Os jogos comprados sem jogar,
O mesmo jogo zerado várias vezes,
Nos fazem escravos de nossos tiques,
E satisfazendo nossa atenção,
Acalmam o homem grande,
Como a chupeta acalma o bebê,
E de forma menos danosa que outros hábitos.

Pare para fazer besteira,
Se dedique a fazer nada.

Boa parte do que você vai ganhar,
O governo e o patrão já embolsaram.

Você só está trabalhando
Para terminar de pagar o que custa.

Não digo para você largar tudo,
Mas ainda assim,
Te lembro:
As pequenas concessões
Que você fez a si mesmo,
Além de serem o que te impediu de ficar maluco,
Vão acabar sendo, também,
Boa parte do que você fez!

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