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Esquerda, volver?

Comunicação mal feita apaga brilho e deixa a estrela do PT solitária

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Lauro Allan Almeida Duvoisin e Miguel Henrique Stédile/Via Boletim Ponto - Foto de Arquivo

Até para falar da esquerda é preciso dar razão à direita. Afinal, Kassab captou bem o dilema, ao dizer que a esquerda não conseguiu se renovar e é refém da figura de Lula. E, entretanto, toda estrela tem seus limites e o descompasso entre a esfera federal e os municípios se revelou na fraca transferência de votos para os seus aliados, incluindo o próprio PT.

Mesmo sem o otimismo de um Alexandre Padilha, alguém poderia dizer que a situação do PT melhorou já que o partido aumentou o número de prefeituras. É verdade que o PT tem se mostrado um partido resiliente frente aos ataques sofridos nos últimos anos. Mas olhando as cidades grandes e capitais, observa-se que a sangria ainda não terminou.

No primeiro turno o partido do presidente da República não levou nenhuma capital e apenas duas cidades com mais de 200 mil habitantes. Outro argumento que caiu por terra é o de que estaríamos frente a uma transição rumo a uma esquerda menos petista e mais pluralista. Na verdade, o desempenho do PSOL e do PCdoB desmentem essa tese e, mesmo que haja a exceção de Boulos em São Paulo, a superação do PT não está no horizonte da esquerda.

O inverso também é verdade e o aumento no número de prefeituras do PSB apenas comprova que a esquerda não está imune ao movimento mais geral em direção à direita. Aqui chegamos ao ponto central: o que está faltando? Três entrevistados pelo ICL – o militante comunista Jones Manoel, o cientista político Cláudio Couto e o jornalista João Cézar de Castro Rocha – ensaiam um diagnóstico.

Para eles, os principais problemas da esquerda seriam ausência de perspectiva de futuro, fragmentação programática, envelhecimento e burocratização das organizações, incapacidade de comunicação com as massas e abandono da luta político-ideológica. O que, convenhamos, não é novidade, mas são problemas cada dia mais urgentes.

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