Justo? Nem o Veríssimo
Rédea aperta, provoca refugo e o sempre senhor perde o tacape
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emDerrotado artista gótico, fez-se excêntrico. Com as rédeas apertadas, refugou. E o então sempre senhor da ordem onde a água era clara, enterrou o tacape na lama. Foi-lhe remetida na sexta, 18, via Sedex 10, a obra de Michael Connelly. Atordoado estará o carteiro. Caiu o destinatário de ponte alta ao chutar os glúteos do temporário algoz, ou, na tresloucada e mentirosa tentativa de ser justo, como o Veríssimo, afogou-se na própria saliva misturada ao veneno que sangrou de sua língua sórdida? Antes, porém, engoliu suas próprias palavras, nada polidas: o cabeça não serve nem para atuar como advogado de porta de cadeia.
Assinadas duas notas – a primeira, diz o envenenado moço, apócrifa – descem goela abaixo como pirão em boca de peru antes de ser levado para o abatedouro. Transporta-se à obra, onde um advogado diferente faz do banco traseiro de seu carro, escritório. Desce pela Arniqueiras, entra à direita no último posto sem sinalizar e estaciona defronte ao tribunal, onde fareja novas oportunidades para elevar seus honorários.
Seu nome, antes citado como segundo em comando, vira motivo de chacota. E com a ordem esfarelada, ele, defenestrado, perambula como um assum-preto. Seu telefone soa estridente. São prostitutas e traficantes de drogas; clientes que lhe garantem baixos honorários, na maioria das vezes saldados por meio de pequenos serviços e produtos.
Volta ao carro, sobe pela Araucárias. Nessa meia volta, um gesto brunido, um cala-boca. É indicado para defender um misógino, filho de pessoa influente, detido por agressão e tentativa de estupro. Um caso supostamente fácil e rentável. Mas a chapa, fragilizada, dá sinais de sucumbência. E ele vai se defrontar com o mal em sua forma mais assustadora.
Advogados precisam entender que a imprensa, muitas vezes reverenciada como o Quarto Poder, carrega a responsabilidade de ser a guardiã da verdade, um pilar essencial da democracia. Sua função é fundamental – informar, fiscalizar e atuar como um contrapeso às demais instituições. Nas redações está a verdadeira ordem, no sentido mais amplo da palavra. Porém, eventualmente, surgem pedras no caminho.
É quando os sem caráter dão as caras; nessas ocasiões, se disfarçam de ovelhas mansas, quando todos sabem que, ao cair da máscara, apresentam-se como verdadeiras hienas, prontas para se banquetear com a desgraça alheia.
Esses ditos doutos, movidos por interesses próprios, distorcem informações, amplificam o sensacionalismo e buscam destruir reputações para ganhar destaque. São bumerangues que decepam a verdade visando o lucro, a fama ou até mesmo a vingança.
O resultado é um espetáculo deplorável. Nessas idas e vindas, diz ser justo. E tenta, erroneamente, desviar a imprensa de sua missão original, transformando-a em uma arena de manipulação. É a vã tentativa de distorcer a verdade e os fatos, ditos e apresentados em trocas de mensagens.
São mestres na arte de tentar enganar. Com sorrisos gentis e aparente boa vontade, conquistam a confiança de jornalistas, apenas para explorá-los e usá-los em suas narrativas promíscuas. Quando o cheiro da falta de seriedade se espalha, não hesitam em devorar reputações. O eco traz de volta a verdade de que a mentira reina. Quem quer ordem, precisa saber dar ordem. Não pode ser um cajado consumido por cupins. Muito menos um capacho.
A categoria, que preza por uma ordem realmente justa, deve estar alerta para essa face da composição de grupelhos que se deixam corromper por interesses sombrios. O Direito precisa se espelhar no jornalismo. Só assim será ético e responsável. Onde deve haver ordem, não cabe espaço para predadores de carniça, que se alimentam da desinformação.
Sua última decisão, diz o tataraneto dos godos numa deslavada mentira, foi justa. Ele alaranjou quando estava prestes a se mostrar maduro. Meu nome é José, para o que der e vier. O personagem de Drummond deveria ser mudado para Éric. Com as rédeas curtas, ele tardiamente descobre que as minas já não existem.
Só a título de sugestão, Drummond, porque quando a verdade é sacrificada, alguém precisa pagar: E agora, Éric? A festa acabou, a luz apagou, os advogados sumiram, a noite esfriou sobre a ponte alta. Você não tem nome respeitável, só zomba dos outros. Tudo mofou. Só lhe resta a utopia. Que, convenhamos, não combina com justo.