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Mudança de hábitos

Culote deixa de ser padrão feminino e ataca homens

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Autor/Imagem:
José Seabra - Foto Produção Irene Araújo

O famoso culote, aquela gordurinha extra acumulada nos quadris e nas coxas, há tempos era visto como um problema mais comum e incômodo para as mulheres. No entanto, hoje, ele aparece também nos corpos masculinos, especialmente em homens nordestinos, como uma característica até comum. Mas por que será que esse perfil tem se popularizado entre eles?

Há várias causas possíveis para o surgimento dessa “gordurinha extra” na região dos quadris e das coxas. Primeiramente, podemos falar dos hábitos alimentares. A culinária nordestina é rica e saborosa, mas muitas vezes inclui alimentos que, quando consumidos com frequência, tendem a contribuir para o acúmulo de gordura corporal. Pratos como o baião de dois, a carne de sol com macaxeira e até o cuscuz com bastante manteiga são deliciosos e tradicionais, mas podem ser bastante calóricos.

Além da alimentação, o estilo de vida menos ativo pode ser um fator importante. Homens de várias regiões do Brasil, incluindo o Nordeste, têm adotado uma rotina mais sedentária, seja pelo tipo de trabalho que exige menos esforço físico ou pela falta de tempo para atividades de lazer mais ativas. O uso crescente de motocicletas, um dos meios de transporte mais populares na região, substitui o caminhar, o que também contribui para a diminuição do gasto energético.

Outro ponto é o fator genético. Em termos de biologia, homens e mulheres acumulam gordura em áreas diferentes do corpo, mas não é uma regra inflexível. Estudos mostram que há uma predisposição genética que influencia onde o corpo armazena gordura, e alguns homens podem acumular gordura mais facilmente nos quadris e nas coxas, uma característica que antes era mais vista em mulheres.

Há também a questão do envelhecimento. Conforme envelhecemos, nosso metabolismo desacelera, e o corpo passa a queimar calorias de forma menos eficiente, o que facilita o acúmulo de gordura. Isso, somado a uma rotina alimentar mais rica e à redução de atividades físicas, faz com que os homens mais velhos sejam mais propensos a ter culote.

Vale, portanto, refletir sobre como hábitos de vida, genética e estilo alimentar transformaram o que antes era uma característica “feminina” em algo comum aos homens também. Afinal, a famosa gordurinha nos quadris hoje não é mais motivo de incômodo exclusivo das mulheres – pelo contrário, ela vem se tornando um “charme” nordestino que, querendo ou não, reflete uma realidade cada vez mais comum.

Enquanto isso, as mulheres, mais cuidadosas com o corpo, mostram suas curvas ao desfilarem pelas praias. E, em resposta a olhares masculinos mais ousados, elas não pensam duas vezes na resposta: podem olhar – dizem, sorrindo. E completam: mas quem acaricia é ele.

 

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