Entrevista/Mauro Antonio
‘Obra maior não é escrever, mas mostrar ao homem o caminho sem pedras’
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emComer a merenda na biblioteca da escola não dá. Migalhas podem atrair insetos e mosquitos, estragando os livros. Foi pensando assim que Mauro Antonio Evaristo, de Betim, em Minas, devorava logo seu lanche no caminho entre a sala de aula à biblioteca, na hora do recreio.
Era seu cantinho especial, onde devorava com os obras literárias dos mais diferentes estilos, ele percorria os corredores pouco ligando com o risco de se perder em um labirinto..
Foi a partir daí, naquela fase da criança à adolescência, que Mauro Antonio adquiriu o hábito de leitura. Ao mesmo tempo montava uma bagagem quer seria aberta no futuro, com contos, crônicas, poemas e romances. Tudo isso foi revelado na entrevista a seguir, feita por e-mail. Veja os principais trechos:
Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.
Mauro Antonio Evaristo, Fera da poesia, BH, Betim. Comecei, se posso assim dizer, participando da Antologia Poética de Pinheiros – volume VI, 1989, na Editora Scortecci, Hoje Grupo Scortecci.
Como a escrita surgiu na sua vida?
Na adolescência gostava de ler poemas de variados autores e autoras, Cecília Meireles, Florbela Espanca, Drummond, Bandeira, Vinícius, através da biblioteca na escola. Era desde início frequentador da biblioteca na escola.
De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?
Se inspirado escrevo melhor mas, tenho por hábito tirar poemas do nada, uma conversa informal já é motivo pra escrever, qualquer momento me inspira, evito apenas escrever no momento de ira ou contradição embora não o deixe de fazer.
Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?
Na realidade favorece, desde cedo sou CLT, e o fruto do meu trabalho mantém o sonho da poesia, as rejeições emocionais, as palavras que visão tirar a motivação acabam surtindo efeito contrário.
Quais são os seus livros favoritos?
Hoje o Universo em desencanto, já li e leio de tudo um pouco e, sempre volto pra ele, né faz sentir bem em paz no meio do caos da vida.
Quais são os seus autores favoritos?
No meu dia a dia sempre estive com Cecília Meireles e Florbela Espanca, na mochila, bolsa, mala ou mesmo se der nos bolsos, leio de tudo mas, as duas são referências.
O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?
No meu caso é um hábito constante, com ou sem papel estou a compor, no meio de conversas, sozinho, ouvindo músicas, tomando café, pra mim tudo é desculpa.
Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?
Motivacional. Tive uma época delicada na vida precisando ouvir algo agradável e a minha volta só tristezas e futilidades daí, aquela voz que todos temos me disse pra escrever o que precisava e virou febre, escrevo sobre qualquer situação porém, tento sempre colocar algo positivo as minhas percepções.
Para você, qual é o objetivo da literatura?
Melhorar o ser humano em tempos de paz ou conflitantes pra sempre sair ou surgir o mais nobre.
Você está trabalhando em algum projeto neste momento?
Sim. Participo de Antologias diversas pra reforçar o nome no meio e, claro, um livro em mente. Qual Autor/Autora não o tem?
Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?
Augusto dos Anjos permitiu uma visão a se evitar, adorei Richard Bach com Fernão Capelo Gaivota, Otimismo em gotas, Otimismo em gotas, Editora Vozes, Uma rosa me disse, Héber Salvador de Lima, Fernando Pessoa, com o Livro do desassossego, Joseph Smith, O poder do subconsciente, tudo me inspira.
Como é ser escritor hoje em dia?
É saber que o livro vai além do toque físico, tem que ser digital, social, influencers e estar em sintonia com Deus e consigo mesmo pra não se perder nos tsunamis que fazem esse informar invisível que nos rodeia.
Qual a sua avalição sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?
Uma grata surpresa porque há muitos espaços da literatura onde o autor é apenas mais um. O Café Literário trouxe essa perspectiva do escritor se sentir importante não eventualmente, mas em todos os instantes. Excelente ou como diria Stan Lee: Excelsior!
Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?
Não. Mudanças sempre trarão novas indagações, prefiro aguardar as mudanças e, claro, podendo participar delas. Sucesso a todos.