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Saber ouvir, saber calar

Errar é humano, mas quem não se corrige sofre para sempre

Publicado

Autor/Imagem:
Hélio Cervelin - Foto Produção Irene Araújo

Vejo no seu olhar muita tristeza e revolta
Ouço suas palavras carregadas de emoção
O que a maldade do mundo fez com você?
Existem mágoas guardadas em seu coração

Você carrega sentimentos pesados
E os extravasa em todas as direções
E atinge seus amigos inocentes
Que não deram causa às suas profundas frustrações

Aprendeu tanto a defender-se da maldade
E já não consegue discernir o mal do bem
Não ouve sequer uma palavra do que lhe falam
Tem bons ouvidos, mas não ouve mais ninguém

Você expõe, argumenta, grita e chora
Como se fosse o maior sábio do mundo
Esquece-se de quem ama e, sem pensar, o manda embora
Podendo o perder numa fração de segundo

Não posso te ajudar, se você não me ouvir
Lembre-se de que o mundo não é apenas maldade
E que não existe uma verdade apenas
Mas, ao contrário, cada um de nós tem sua verdade

Possuímos uma boca e dois ouvidos
Para que, com respeito, possamos dialogar
São dois ouvidos para ouvir com atenção
E uma só boca para pouco poder falar

Sua juventude abriga grande inexperiência
A faz sonhar com enormes ilusões
Certas questões por mim já vividas e revisadas
São motivadoras de suas grandes paixões

Ouça a voz da experiência e tenha calma
Viver, estudar e experimentar os fatos
E adquirimos da vida a licença para errar
Pois a vida não perdoa os insensatos

Errar é algo bem humano, consentido até
Persistir no erro é imperdoável fatalidade
Ou aprendemos no aqui/agora e nos adiantamos
Ou seremos sofredores para toda a eternidade

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