Santana e as bravatas
Policial ‘gata’ chega para explodir testosterona de policiais ‘felinos’
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emSantana, aproveitando mais um período de tranquilidade na delegacia, compartilhava seus pensamentos misóginos com os seus colegas, a maioria também com as mesmas ideias estapafúrdias. Eles divagavam sobre a suposta incapacidade das mulheres, como se eles próprios, ao contrário das colegas de trabalho, não fossem todos os verdadeiros inúteis. Todavia, lá estava o Santana tentando passar a imagem de herói, como se fosse o Rambo, pronto para salvar o mundo. Ridículo, obviamente! Mas esse era o Santana.
Conversa fiada daqui, papo-furado dali, o policial das antigas arrancava gargalhadas da rapaziada sempre que menosprezava a ação de uma colega. Ele tentava dar credibilidade às suas histórias, mas que não passavam de bravatas. No entanto, quando todos prestavam atenção às bobagens do Santana, eis que uma policial, não mais do que dois ou três anos de casa, adentrou na delegacia. Todos se empertigaram o máximo possível, o Santana ainda mais, pois a sua barriga proeminente necessitava de um esforço maior do que todos ali.
— Muito gata! – disse um dos policiais.
— Gostosa demais! – falou outro.
— Essa eu pegava no colo e levava pra minha casa! – um terceiro comentou.
— E como não levar? – questionou o Santana, ao mesmo tempo em que colocou as mãos na cintura e deu aquela cusparada como sinal de que ainda possuía muita testosterona para ser queimada. Todavia, pobre Santana, o cuspe caiu justamente na sua enorme barriga.
*Eduardo Martínez é autor do livro “57 Contos e Crônicas por um Autor muito Velho”.
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