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Alea jacta est

Dedos de Xandão vão selar a sorte da irmandade antidemocrática

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Autor/Imagem:
Sonja Tavares - Foto de Arquivo

Com o mentiroso slogan “Pelo bem do Brasil”, o imbrochável, incomível, inelegível e agora indiciado Jair Bolsonaro tentou se reeleger presidente em 2022. Morreu antes de chegar à praia. Perdeu, esperneou, brigou, ameaçou, golpeou, mas, para o bem do Brasil, permaneceu perdido. Agora, o derrotado bordão voltará vitoriosamente à ribalta pelas mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, a quem cabe aceitar ou não a denúncia oferecida pela Polícia Federal contra o Messias e mais 36 parceiros da irmandade antidemocrática.

Com a mentira definitivamente revelada, acredita-se que, pelo bem do Brasil, Gonet acatará a recomendação da PF e mandará os irmãos da tirania para bem longe do Brasil, quiçá para aquele outro lugar impublicável. O trâmite deverá ser mais rápido do que o tempo que durou a reunião palaciana convocada para planejar o envenenamento do presidente eleito Luiz Inácio e do vice Geraldo Alckmin. Comandada por um grupo de militares insatisfeitos com a obrigação de cumprir as leis, a natimorta ação incluiria puxar o ministro Alexandre Moraes pelos cabelos até o centro da Praça dos Três Poderes.

Antes de matá-lo, a ideia era obrigar o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral a confessar as razões pelas quais tomou as joias, confiscou o passaporte, cassou a brochabilidade, desvacinou e, de quebra, tornou inelegível o mestre de todos os males. Embora tenha perdido as madeixas, o ministro Alexandre está vivinho da Silva, de Souza e de Moraes. Afiando a gilete no esmeril do gabinete, ele aguarda somente o procurador devolver o inquérito ao Supremo Tribunal Federal para também passar a tesoura, o machado e a navalha na alma facciosa das duas dúzias e meia de acólitos e apopléticos fariseus que se acham superiores aos cidadãos verdadeiramente úteis à sociedade.

É lá, no STF, que, aproveitando os estertores do Novembro Azul, a turma do fracassado golpe experimentará a caneta vermelha e o dedo médio de Xandão. A expectativa é que no experimento não será aplicada a periférica vaselina. A realidade conheceremos em breve. É o preço que se cobra daqueles que, blasfemando contra a honra do povo brasileiro, tentaram arrancar o coração e arregaçar o caneco dos escolhidos para comandar a massa. De modo a desmascarar as aparências, não deve sobrar raiz e nem ramo, tampouco pedra sobre pedra.

Até a decisão da PGR, eu, Bolsonaro e mais 36 brothers, talvez não consigamos dormir. Eles, com medo de serem presos. E eu, com medo de perder a prisão deles. Me aproveitando dos memes que pululam nas redes sociais desde o anúncio da prisão dos oficiais do Exército, sugiro um pouco de paciência ao povo quase santo que se encontra recolhido, jejuando e em permanente oração na Papuda. Sei que é difícil, mas aguentem mais um pouco, pois o Messias está chegando. Como diriam os juristas mais empavonados, alea jacta est, ou seja, a sorte está lançada.

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