Curta nossa página


PF dormiu de touca

Árabes cobram de Lula explicações por fuga de militar carniceiro judeu

Publicado

Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto de Arquivo

Os árabes estão querendo empurrar goela abaixo do governo brasileiro pão sírio mofado, capaz de provocar alguns problemas sérios de saúde, como deficiência renal e do fígado. Os sintomas iniciais são nauseabundos, seguindo-se vômitos e diarreia. Essa ‘cagada’, literalmente, é culpa da Polícia Federal. Mas as nações árabes, particularmente os palestinos, avaliam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que condena em público os ataques de Israel na Faixa de Gaza, é o principal responsável por uma crise diplomática emergente.

O entendimento, segundo comenta-se no meio diplomático, é que Lula teria no mínimo vacilado – para não dizer ter sido irresponsável -, ao não determinar ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski,  a adoção de medidas eficazes para capturar o soldado israelense Yuval Vagdani, acusado de crimes de guerra por suas atrocidades na Faixa de Gaza. O militar, foragido, segundo o Tribunal Penal Internacional, estava até sábado, 4, na Bahia, quando ludibriou as autoridades brasileiras e embarcou com destino à capital da Argentina.

O Poder Judiciário, por sua vez, lava as mãos, e diz ter cumprido o seu papel, ao mandar abrir uma investigação contra o soldado israelense. A decisão judicial foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em 30 de dezembro, dia de expediente normal. No entanto, nenhuma medida efetiva foi tomada, mesmo diante da relevância e urgência do caso.

Informações preliminares obtidas por Notibras em Salvador e na capital da República sugerem que o procedimento investigativo não foi formalizado no momento em que a Polícia Federal tomou conhecimento do caso, na antevéspera do feriado de 1º de janeiro. Essa demora permitiu que Yuval Vagdani fugisse do país em um voo que partiu da capital baiana direto para Buenos Aires, onde a colônia judaica é grande e, consequentemente, influente.

O assunto é complexo e delicado para o Palácio do Planalto, o Itamaraty e o Ministério da Justiça. Isso porque acontece justamente no momento em que Andrei Rodrigues, diretor-geral da l Federal, conseguiu emplacar seu colega delegado Valdecir Urquiza como o primeiro policial latino-americano a chefiar a Interpol. Na melhor das hipóteses, o episódio representa um revés significativo para a cooperação internacional em casos de justiça criminal.

Se a Polícia Federal não tivesse ‘dormido de touca’, este seria o primeiro processo relacionado ao Tribunal Penal Internacional a ser tratado no Brasil sem debates jurídicos prévios. A equipe de Andrei Rodrigues, responsável pela condução do caso, não conseguiu evitar o desfecho, enquanto a Palestina, que havia comemorado inicialmente o avanço da investigação, agora possui fundamentos para interpelar o Brasil no cenário internacional. O episódio lança dúvidas sobre a eficácia das autoridades brasileiras em lidar com questões de jurisdição internacional. E pode, como já se desenha, ter desdobramentos diplomáticos a curto prazo.

……………………………

Marta Nobre é Editora-Executiva de Notibras

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.