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Segurança em pauta

Jantar de requinte no Pontão conclui que ‘Iba’ está seguindo no rumo certo

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Autor/Imagem:
Misael Igreja* - Foto Produção Irene Araújo

Uma trégua na noite de quinta, 16, na chuva que cai sobre Brasília nos últimos dias, permitiu-me dar uma escapada ao Pontão, tendo por companhia a Sonja Tavares, minha colega de redação aqui em Notibras, para degustarmos uma taça de vinho. Momentos cálidos ali no início do Lago Sul. O restaurante reluzia com a opulência de seus frequentadores, todos a caráter para um jantar de gala.

A mesa em destaque, no canto privilegiado com vista para o Paranoá, abrigava figuras que, para muitos, eram os artifícios do destino da cidade. Políticos, empresários e um renomado jornalista, coleguinha de longa data mas hoje já aposentado, se entreolhavam entre goles de vinho e garfadas elegantes.

A conversa, como era de se esperar, navegava por águas profundas e temas densos. “Os números não mentem”, dizia o senhor de terno impecável e gravata de seda, enquanto ajustava os óculos para ler uma planilha no tablet. “A redução nos índices de criminalidade é significativa. Estamos no caminho certo.”

Os demais concordaram com acenos e murmúrios, enquanto a senhora ao seu lado, conhecida por comandar um gabinete relevante, destacava a importância da atuação comunitária, alicerçada por uma boa política de Comunicação que frutificava lá no Palácio do Buriti.

“Segurança não é apenas policiamento, é pertencimento. As pessoas precisam confiar que a cidade também é acolhedora”, apontou, antes de levar à boca um pedaço de salmão perfeitamente grelhado.

O garçom, quase invisível em sua eficiência, servia mais vinho. A garrafa, francesa, parecia ser uma metáfora da noite: sofisticada, mas mesclada de simbolismos.

“Os brasilienses estão voltando a caminhar à noite, a frequentar as praças. Isso é confiança”, ponderou outro, um jovem analista de dados que, apesar de não ter o mesmo brilho de currículos dos demais, parecia trazer uma informação que sustentava as opiniões.

O jornalista, calado até então, pigarreou antes de falar. “A confiança é uma rotina delicada. Flutua com os ventos da política e com o humor da imprensa”, disse, com um sorriso que não chegava aos olhos. “Mas é inegável que há algo de bom no ar. E não é só o aroma do risoto.”

As risadas ressoaram pela mesa, e o clima, antes técnico, ganhou leveza. O assunto se desdobrou para outras áreas: educação, transporte, cultura. Mas a segurança parecia ser o ponto de convergência, o tema que, nessa noite, unia aquelas cabeças tão distintas.

Enquanto isso, do lado de fora, o lago refletia as luzes do restaurante e da cidade ao fundo. Carros vinham e iam, e os vigilantes, em suas rondas, faziam jus às estatísticas.

A mesa finalizou o jantar com sobremesas sofisticadas e um brinde ao progresso. No entanto, mesmo entre taças erguidas, pairava a incerteza que sempre acompanha as grandes discussões: será que o que parecia tão claro ali, entre talheres e comodidades, ressoava da mesma forma para quem estava do outro lado do Lago Sul?

O jantar terminava e as reflexões ficaram no ar. Afinal, como disse o jornalista, a confiança é delicada como um cristal — e tão fácil de estilhaçar quanto a mais fina taça que se deixa cair no chão. Ao levantar-se, o velho repórter olhou em nossa direção e cumprimentou-nos. Aproximou-se e indagou:

– E vocês, seus focas já crescidinhos, acham que o Iba está mesmo no rumo certo?

Coube à Sonja responder:

– Avalio que sim. Ao menos na Comunicação, o governador colhe os frutos semeados pelo Baiano. E isso reflete no governo como um tudo e não apenas na área da segurança pública.

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*Misael Igreja é analista politico de Notibras

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