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Oportunidades perdidas

Atitudes ruins de Lula3 não serão compensadas nem com mil palavras

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Mathuzalém Júnior - Foto Antônio Cruz/ABr

Assim como na vida, na política existem somente três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. Quem não faz valer a pena, sempre perde, pois o que vai raramente retorna. É a lei da física. Ainda é muito cedo para só se pensar em 2026. Por outro lado, já passou do tempo de definição para um que tem certeza de que não estará lá e, principalmente, para o outro, cuja embarcação já não singra por mares claros e calmos. Pelo contrário.

Além de bastante revolto, o mar está apinhado de tubarões e desassossegado por conta das marolas que empurram a esperança do eleitorado progressista para fora do continente. O cancro da inflação está de volta. Acabou o sonho do frango dourado, da casa própria e da picanha emoldurada. O cavalo encilhado partiu, levando junto as expectativas do povo brasileiro por dias melhores. A ocasião favorável, que representava a qualidade do oportuno, deixou de existir. As oportunidades não são mais as mesmas de 2022.

Hoje, amanhã ou em 2026 alguém deverá aproveitá-las. Para os pessimistas, a atual realidade política está expressa na desaprovação do trabalho político e social de Lula. Embora incomodados, os otimistas acham que os efeitos ainda podem ser revertidos. A curto prazo, é difícil acreditar em uma reviravolta no cenário criado após a reorganização ideológica imaginada por Donald Trump. Quem sabe haja uma bala de prata escondida sob o chapéu Panamá do presidente.

Baseado exclusivamente em dados, os números da pesquisa Quaest comprovam que o melhor marketing de um governo são os bons resultados econômicos e sociais. Apesar do corre-corre das últimas semanas, no Lula 3 eles ainda não vieram e, ao que parece, não virão tão cedo. A propaganda contra o extremismo e os alertas de controle dos antidemocratas não são mais suficientes para garantir percentuais positivos para o denominado presidente dos pobres.

Foi-se o tempo do crédito e da confiança incontestáveis ao cidadão que prometia ao povo jamais andar para trás. Obviamente que todo político bom de voto é capaz de superar as adversidades. Afinal, a melhor maneira de prever o futuro é saber criá-lo. O lead desta narrativa é sobre oportunidades perdidas. Alguns pensadores afirmam que, a exemplo dos raios, dificilmente elas caem no mesmo lugar duas vezes. Outros as avaliam com o pôr do sol e acham que sempre haverá outra.

Como os pensadores também falham, talvez Luiz Inácio tenha na gaveta oportunidades não reveladas. Se tiver, antes de revelá-las, sugiro que aceite as razões apresentadas pelo povo, repense as falhas e busque urgentemente por inserir todos os colaboradores em uma única administração. Para definir o quadro de confusão pintado pelos confusos membros da trupe de Lula, valho-me da verve do Barão de Itararé para lembrar que “o mal do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta”. Por fim, desnecessário ser politizado ou antenado para perceber que hoje mil palavras não têm valor algum diante de atitudes ruins.

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Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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