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Sorrisos marotos

Raquel Lyra e João Campos apostam em nomeações visando 2026

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Autor/Imagem:
Geraldo Seabra - Foto de Arquivo

Prática comum na política brasileira, a de nomear correligionários que perderam eleições mas que podem se um ativo político para o próximo pleito, a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que devem se enfrentar na disputa pelo governo de Pernambuco em 2026, estão enchendo seus gabinetes de prefeitos e vereadores que não conseguiram renovar seus mandatos nas eleições do ano passado em troca de seu apoio daqui a dois anos.

Mesmo com as contas da prefeitura no vermelho, o prefeito João Campos aumentou em 25% os cargos comissionados em seu gabinete fazendo uma reforma administrativa que ampliou o número de secretarias e criou gabinetes cujos titulares têm nível de secretários, passando a beneficiar vereadores que perderam eleição e prefeitos do interior que também não tiveram êxito nas urnas. Ele busca compensar a falta de líderes políticos no interior para fazer sua campanha, coisa que a governadora terá em número exponencialmente maior.

Nas eleições do ano passado, Raquel Lyra emplacou 120 dos 184 prefeitos de Pernambuco, vencendo além do interior o número dos 14 prefeitos eleitos para os municípios que compõem a Região Metropolitana do Recife. Enquanto João Campos teve uma avassaladora vitória na sua reeleição no Recife, com repercussão de sua popularidade no interior do estado, a governadora, que tem base política em Caruaru, na região Agreste, além de consolidar essa vantagem no interior, precisa, por sua vez, plantar uma cabeça de ponte na capital pernambucana.

Para se contrapor às nomeações do prefeito, Raquel Lyra procurou o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, do qual estava afastada desde 2023, dando início ao aproveitamento da classe política em em sua administração e autorizou o seu chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, a começar a preencher centenas de cargos comissionados vagos desde janeiro de 2023, quando tomou posse.

Em um só dia ela nomeou 22 ex-prefeitos como assessores da Casa Civil. No dia seguinte o Diário Oficial registrou mais 15 nomeações de outros sete ex-prefeitos e oito vereadores, entre eles quatro do Recife que foram bem votados. Enquanto os ex-prefeitos vão acompanhar os trabalhos do governo pelo interior do estado, os vereadores do Recife vão fustigar o prefeito João Campos em seus próprio terreiro, construindo aquela cabeça de ponte de que precisa para ampliar seu eleitorado na capital.

Além dessa movimentação interna, Raquel Lyra está buscando uma aproximação com o presidente Lula, buscando atrair sua atenção para o seu governo. Ao contrário de João Campos, que não credita a Lula as obras do governo federal no Recife, a governadora faz questão de destacar o nome do presidente e o apoio ao seu governo em todas as obras que o governo federal realiza em Pernambuco.

Para desespero do prefeito, a governadora também está atraindo para a sua administração os melhores quadros do PT em Pernambuco, cujos deputados estaduais já não lhe fazem oposição na Assembleia Legislativa, apoiando todos os seus projetos. A depender de uma conversa entre o senador Humberto Costa e o presidente Lula, o ex-prefeito do Recife, o deputado estadual do PT João Paulo, pode ser nomeado para uma secretaria do governo de Raquel nos próximos dias.

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