Pinturas da vida
Israel, vivente e artista de praia, um dia seguiu por outra esquina
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1.
Cheguei na Pinheira e na primeira madrugada tomei um “beiço”.
– Pega lá, cara, vamo nessa.
O cara era o Israel. Artista de rua e vivente aqui das praias.
Não voltou nem com a droga e nada.
Tempos depois, encontrei Israel na mesma pracinha da comunidade.
– Porra, amigo…não deu.
E a partir dai conversamos e percebemos mais proximidades do que rancores.
Meses depois, Israel pintou em um pedaço de ladrilho o sol e a praia ao cair da tarde e deu com carinho.
– Grato, Israel, jamais esquecerei.
Passaram 3 anos por aqui e quase nunca via Israel.
Hoje, um amigo em comum me disse que Israel apareceu morto na Praia de Cima.
Fiquei atordoado.
Em casa, olhei para ao ladrilho com aquela paisagem e sem ter o que pensar.
Aquele cara do “beiço” morreu?
Morreu um meu amigo.
Fico pensando na brevidade disso tudo.
Do antes e agora e do talvez.
Caro e querido Israel: grato. Gratíssimo.
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