Natureza mercantilizada
‘A conta que está cara, está chegando, e o ouro não comprará o que se perdeu’
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O sol se põe em cinzas no horizonte,
O mar se agita em lixo e contaminação,
A terra clama, ecoando o seu lamento,
Enquanto o lucro é a única preocupação;
As chamas sobem, queimam a floresta,
0 gelo derretendo, em lágrimas salgadas,
Mas há quem veja, na dor que nos contesta,
Apenas dinheiro, negócios e cifras douradas;
“Vendam o ar, a água, o céu, o chão!”,
Gritam os senhores da ganância constante,
Transformam a morte em omissão,
E a crise climática em produto negociável;
Enquanto o mundo arde em desventura,
Erguem-se impérios de papel e ilusão,
A natureza vira mercadoria impura,
E a vida, um mero item de exibição;
Mas a conta que está cara, está chegando,
E o ouro não comprará o que se perdeu,
Pois a Terra, cansada, se calará,
E o capital, sem chão, se perderá no breu.
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