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Carnaval da Bahia

Preconceito contra trans deixa Filhos de Gandhy fora do ritmo

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Autor/Imagem:
Karolyne Alcântara - Foto Divulgação

O Ministério Público da Bahia iniciou uma investigação para apurar uma possível prática de transfobia pelo afoxé Filhos de Gandhy, após a agremiação anunciar que apenas homens cisgênero poderiam participar do desfile deste ano. A decisão, fundamentada no artigo 5º do estatuto social do bloco, gerou repercussão negativa nas redes sociais e críticas de entidades LGBTQIA+.

Em resposta à polêmica, o Filhos de Gandhy emitiu uma nota oficial informando a retirada do termo “masculino cisgênero” do comunicado e afirmou que convocará uma assembleia geral para discutir possíveis alterações no estatuto. O caso levanta debates sobre inclusão no Carnaval, festa tradicionalmente conhecida pela diversidade e pela liberdade de expressão.

Diferentemente dessa situação, outros blocos e agremiações pelo Brasil têm adotado políticas mais inclusivas. No Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro, por exemplo, diversas escolas de samba e blocos já adotam regulamentos que permitem a participação de pessoas trans sem restrições. Blocos como o Acadêmicos do Baixo Augusta, em São Paulo, e o Cordão da Bola Preta, no Rio, são conhecidos por suas posturas inclusivas, garantindo que a festa seja um espaço democrático para todos.

Além disso, blocos afro tradicionais da Bahia, como o Ilê Aiyê e o Malê Debalê, historicamente pautam suas identidades em critérios étnico-raciais, mas sem registros recentes de restrições à participação de pessoas trans. O episódio envolvendo os Filhos de Gandhy levanta um alerta sobre a necessidade de modernização de estatutos para acompanhar a evolução social e garantir que o Carnaval continue sendo um símbolo de diversidade e resistência.

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