Eterna amante
Eu e o vento, que me acariciou com beijo cálido… e me apaixonei sem pudor
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Abri a janela e logo fui beijada por uma brisa de vento. Um beijo cálido, leve, tímido.
Sorri.
Mais tarde senti saudades do carinho e sentei-me no jardim. Ali, entre as folhas e flores foi mais ousado. Beijou-me de modo rápido, roubado; tentei fugir, não resisti – fiquei.
À noite, passeando na areia da praia, senti-o novamente a me beliscar.
Dessa vez: voluptuoso, úmido e forte beijou-me com paixão de ventania, desalinhando meus cabelos ao rosto, e minhas roupas quase a arrancar.
Deixou-me um tanto assustada por não estar preparada para tanto despudor.
Conheci-o de repente em três momentos, e pude perceber o quanto fui amada.
No tempo, na forma, os beijos, todavia, não se compararam com o abraço caliente do vento apaixonado no seu mormaço. Tornei-me sua eterna amante.
