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A Nasa alertou

Maré sobe sem avisar e assusta banhistas no Nordeste

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Acssa Maria, Edição - Foto Foto Fernando Frazão/ABr

A Nasa acaba de avisar o nível global do mar apresentou uma elevação superior à esperada no ano de 2024, principalmente devido ao aquecimento dos oceanos. A taxa de elevação atingiu 0,59 centímetros, valor consideravelmente superior à projeção inicial de 0,43 centímetros anuais.

“Os dados que coletamos em 2024 demonstram um aumento além do que nossos modelos previram”, explicou Josh Willis, pesquisador especializado em níveis oceânicos do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência. “Embora existam variações anuais, a tendência geral é inequívoca: os oceanos continuam subindo, e a velocidade desse processo está se intensificando progressivamente.”

A notícia pegou de surpresa o nordestino das cidades litorâneas. De repente o mar decidiu crescer. Não mandou aviso, não deixou bilhete. Tudo porque o nível do mar subiu mais do que o esperado. E o esperado já era muito.

Na beira da praia, seu Jorge olhou o balanço das ondas e pensou que talvez os santos tivessem brigado lá em cima. Dona Célia, fiel ao horóscopo, jurava que era culpa de Mercúrio retrógrado em câncer. Já o menino Pedro, do alto de seus nove anos e meio, disse que era porque o mundo chorava. E talvez fosse.

Porque o planeta anda meio sufocado. As geleiras derretem como sorvete esquecido no sol. O calor, antes amigo de verão, agora arde de raiva. E a água, essa que sempre foi calmaria e sustento, virou aviso.

A notícia correu pelo rádio, pela TV, pelos celulares viciados em notificação. Mas poucos realmente ouviram. Era só mais uma manchete entre tantas: guerra, crise, mar. A diferença é que, dessa vez, o mar está vindo devagar, mas com a força de quem já cansou de ser ignorado.

Enquanto isso, as cidades seguem correndo. Compram-se carros, constroem-se prédios à beira-mar, vende-se futuro com vista para o abismo. E o mar, paciente, sobe.

A natureza não manda mensagens em caixa alta. Ela simplesmente age. E quando ela sussurra — como agora — talvez seja a última chance de escutar. Principalmente no Nordeste, onde muitas cidades abaixo do nível do mar, podem virar, logo logo, novas Atlântidas.

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