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Pacotão satiriza Agnelo, manda enrolar beque e sai na contramão da W3

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Nem a crise financeira do Distrito Federal, que fez com que o governo local suspendesse o repasse de recursos para o carnaval na cidade, diminuiu a empolgação, a irreverência e a disposição dos organizadores do Pacotão, um dos mais tradicionais blocos de rua de Brasília. O bloco, que em 2015 completa 37 anos, que sempre desfila na contramão da avenida W3, no centro da capital do país, superou as dificuldades financeiras para levar às ruas de Brasília muito samba, humor, ironia e a conhecida sátira política.

“O pacotão tem 37 anos de tradição e é o bloco de maior expressão do carnaval de Brasília. Buscamos apoio na iniciativa privada, conseguimos recursos, parcerias, porque esse bloco não pode deixar de sair”, disse o puxador e coordenador de banda do Pacotão, o músico Tony Santos

Segundo ele, a crise financeira enfrentada pelo governo do Distrito Federal será tema das marchinhas deste ano. “[O tema] Estará, com certeza, mas de forma sutil, porque existe a dificuldade no repasse de recursos para a saúde e para a educação e longe do Pacotão querer prioridade no recebimento de verbas”, argumentou.

Mas se o bloco se mostrou sensível à crise que afeta a saúde e a educação, por outro lado, não poupou o governador Rodrigo Rollemberg e seu antecessor, Agnelo Queiroz. “O Rollemberg é o principal alvo”, brincou Santos. Segundo ele, a música que ganhou o concurso do bloco este ano aborda, principalmente, o “desgoverno” que passa a capital do país.

“Saiu o Agnulo e entrou o Enrolaumbeque”, diz trecho do refrão da música do Pacotão.

A crítica bem-humorada tradicional do Pacotão não deixou de lado também a crise da Petrobras e o governo da presidente Dilma Rousseff. O médico Jadir Alves, 65 anos, se inspirou na crise da estatal para compor a fantasia. Usando óculos com as lentes “tortas”, ele “homenageou” o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró.

“Aproveitei o momento para montar esse visual. O Brasil tem que sorrir legal, mesmo com os problemas”, disse ressaltou. “O Pacotão é um meio de a gente protestar com alegria”, acrescentou.

De camiseta, bermuda, tênis, uma mochila com frutas e muita disposição, a passadeira Aldenora Baia de Castro saiu cedo de casa, em Ceilândia, a 25 quilômetros do centro de Brasília, especialmente para curtir o Pacotão. “É bom demais. Sempre venho para o Pacotão. Gosto muito do bom humor do bloco. Carnaval é o momento de extravasar”, disse animada na concentração do bloco.

O carioca aposentado José Ferreira Filho, radicado em Brasília desde 1974, rechaçou a crença de que a capital do país não tem folia. “Estou com 79 anos, sou carioca da Lapa, vim para cá e sempre brinquei. Para mim, o carnaval aqui sempre foi bom”, lembrou.

Ivan Richard, ABr

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