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Torcedores brigões de Vasco e Fluminense vão para presídio

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Os integrantes de torcidas organizadas do Vasco da Gama e do Fluminense, presos em flagrante ontem (22) antes da partida entre os dois times, foram levados no início da tarde desta segunda 23  para o Presídio Bangu 10, na zona oeste do Rio. Ao todo, foram 118 torcedores, entre eles, 19 menores encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescentes (DPCA), no centro da cidade. A briga entre as torcidas organizadas dos dois clubes de futebol ocorreu antes da partida pelo Campeonato Carioca, domingo, no Estádio Olímpico Nílton Santos, no bairro Engenho de Dentro, zona norte.

De acordo com a polícia, mais de 50% dos envolvidos têm antecedentes criminais e um deles estava com mandado de prisão expedido pela Justiça. Todos foram autuados em flagrante pelos crimes de formação de quadrilha, conforme o Artigo 41 B do Estatuto do Torcedor:  “Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em evento esportivo”. Segundo a delegada titular da 24ª Delegacia Policial, de Piedade, Cristiane Carvalho de Almeida, foram 50 torcedores do Fluminense e 66 do Vasco.A pena, para esses casos, ultrapassa quatro anos de reclusão.

“Essas pessoas demonstram, desse modo, a personalidade realmente violenta delas. No momento da abordagem, eles atacaram os policiais. Foram apreendidos com os presos barras de ferro, pedaços de madeira, soco inglês, pedras portuguesas e morteiros. Isso demonstra claramente que esses maus torcedores saem das suas casas com o intuito de cometer crimes”, disse a delegada.

De acordo com a delegada, a prisão em flagrante é a certeza visual do crime, e pode ser que esses torcedores respondam ao processo na cadeia. “Vai depender da leitura do Poder Judiciário. O Juizado Especial do Torcedor está ciente de toda a situação. Tudo foi documentado, os policiais militares documentaram com muito detalhes todo o acontecido, e eu acredito que esse processo eles não conseguem responder em liberdade sem vinculação alguma, pelo menos uma liberdade com vinculação eles vão ter”, explicou Cristiane.

As brigas entre torcidas ocorrem frequentemente em jogos de muita rivalidade. Em função disso, alguns torcedores são proibidos de ir a esses jogos com as camisas dos grupos organizados. É o caso da Força Jovem, do Vasco, por exemplo. Segundo a polícia, apesar da proibição, eles acabam ficando na parte externa do estádio, onde promovem confusão. Os conflitos de domingo ocorreram em dois locais: na estação de trens do Méier e no entorno do estádio.

Parentes de alguns presos estavam hoje em frente à Cidade da Polícia, no Jacarezinho, aguardando informações. A mãe de um adolescente apreendido disse que o filho toma remédio controlado e que, até aquele momento, ainda não tinha conseguido vê-lo. Outra mãe, Auzigleid Souza, ressaltou que o filho foi apreendido na confusão, mas não sabia se ele fazia parte da torcida organizada do Vasco.

“Eu estou aqui na porta, e cada um fala uma coisa. Dizem que os menores vão ser liberados, mas, primeiro, eles vão para Delegacia do Adolescente, e a gente tem que aguardar. Eu consegui falar com ele por telefone, e ele disse que assinou um papel, que tirou foto e deve ser transferido para a Delegacia do Menor e, dependendo do que o juiz falar, pode ser liberado, ou não. Eu não sei se ele participava da torcida organizada, mas ele vai aos jogos do Vasco”, disse ela.

O advogado Washington Figueiredo, que defende quatro torcedores, disse que ainda não teve acesso ao inquérito, mas que vai analisar e tomar as medidas cabíveis. “Até o momento, eu não tenho nenhuma avaliação, está muito recente. Eu ainda não tive acesso aos meus clientes, mas todos foram enquadrados em formação de quadrilha pelo Estatuto do Torcedor.”

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