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Camponesas invadem Esplanada e cobram seus direitos sociais

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Trabalhadoras rurais organizaram nesta terça-feira 10 manifestações em 17 estados e no Distrito Federal. Os atos fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, liderada por coordenações de oito movimentos ligados à agricultura familiar. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), mais de 20 mil pessoas estão mobilizadas.

Em Brasília, as camponesas protestaram em frente aos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e das Cidades e conseguiram uma reunião com o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, que propôs a criação de um grupo de trabalho para manter o diálogo com as trabalhadoras rurais.

Segundo o MST, 2 mil trabalhadores rurais ocuparam agências bancárias em três municípios de Alagoas. Em Pernambuco, agências bancárias também foram ocupadas. Entre as reivindicações, os manifestantes pedem agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural, que usa recursos da União para financiar a aquisição de material para construção de casas em áreas rurais.

A mobilização também visa pressionar o governo por mais atenção para a agricultura familiar e protestar contra o agronegócio e o uso de agrotóxicos nas plantações. “As mulheres camponesas querem produzir alimentos saudáveis e as políticas públicas devem ser também para a agricultura camponesa”, disse a representante da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, Noeli Taborda.

No Rio Grande do Sul, cerca de 800 mulheres protestaram na sede da multinacional Adama, que atua no ramo do agronegócio, informaram os organizadores da jornada. Ontem (9), outro grupo de mulheres esteve em uma unidade da multinacional Bünge, em Goiás.

No Ceará, cerca de 500 pessoas ocuparam uma agência bancária. No Maranhão, 600 trabalhadores ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital, São Luís. Na Bahia, 6 mil trabalhadores seguem em marcha de Feira de Santana para Salvador.

A organização destacou ainda manifestações em mais nove estados: Paraná, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Piauí e Pará. Camponesas nos estados do Rio de Janeiro, de Santa Catarina e de Minas Gerais também devem articular ações. A Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas vai até o fim da semana.

Marcelo Brandão, ABr

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