Polícia investiga o caso de família que enterrou o parente errado
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emA família de um homem encontrado morto em fevereiro deste ano foi informada que recebeu o corpo errado para a cerimônia de sepultamento. O G1 informa que o Instituto Médico Legal procurou os parentes de Amarildo Fernandes do Couto nesta quinta-feira (19), 36 dias após o primeiro enterro. O novo sepultamento está previsto para esta sexta-feira (20).
A Polícia Civil informou que apura o que aconteceu. As informações são de que Couto foi encontrado morto por uma amiga na casa onde morava, no Gama, em 9 de fevereiro. Couto tinha 51 anos e vivia sozinho no imóvel. Os familiares dele dizem acreditar que ele teve um ataque cardíaco.
“A gente [vai] voltar [a passar por] tudo de novo, enterrar, fazer missa de 7º dia. Aquele sentimento que a gente sente, que é muito grande a perda. Então, eu não sei. Agora eu estou pedindo forças para Deus, para a gente poder passar por mais essa batalha”, afirma a empregada doméstica Nívea Fernandes, irmã de Couto.
Na época da morte, o IML apresentou dois corpos para outra irmã da vítima. A mulher disse que teve dificuldade durante o reconhecimento, que viu um corpo em estado avançado de decomposição e que estranhou o local em que ele foi colocado.
“Todas as outras pessoas da minha família que foram enterrados, a gente chegou a ir até o freezer e eles puxam aquela gaveta e aí eles falam: é esse aqui? Abre aquele ziper e mostra lá dentro da geladeira”, diz Nívea. Segundo ela, o procedimento não foi o mesmo.
“Não aconteceu. Levaram ela pra um quarto que só tinha dois cadáveres em decomposição e [o funcionário do IML] virou pra ela e falou assim: ‘qual desses dois é ele?’ E ela simplesmente falou ‘deve ser esse aqui’, porque estava irreconhecível”
Achando que o corpo era o irmão, a família fez velório e sepultamento no cemitério de Planaltina, em 11 de fevereiro. “A gente enterrou esse outro rapaz, que a gente não sabe quem é, entendeu?”, afirma a irmã de Couto.
O corpo que ainda não foi identificado vai ser exumado. O IML disse que vai arcar com todas as despesas do novo enterro. “A gente está muito baqueado, muto chateado! Eu acho que eles deveriam ter sido um pouco mais organizado, de saber por que e como o IML ia liberar o corpo sem saber se era ele mesmo, sem nenhuma família reconhecer.”