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Dermatologista diz que prevenção é a saída contra o câncer de pele

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O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) calcula que dos cerca de 580 mil novos casos de câncer estimados para este ano, no Brasil, o câncer de pele do tipo não melanoma será o de maior incidência, com mais de 180 mil casos. Esse é também o tipo de câncer mais frequente em todo o mundo, disse o coordenador da campanha nacional de combate ao câncer de pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Emerson Vasconcelos de Andrade Lima. Amanhã (8) se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer.

Segundo ele, “a pele está exposta ao sol, e este é o principal fator determinante do desenvolvimento do câncer de pele, principalmente do carcinoma basocelular”. Outros tipos de câncer de pele são o carcinoma espinocelular e o melanoma maligno. Para o especialista da SBD, a melhor maneira de evitar o câncer de pele é prevenir. “Prevenção é a base”. A postura recomendada é fotoprotetora. Além de utilizar filtros solares, as pessoas devem evitar a exposição ao sol nos horários de maior incidência de radiação ultravioleta B e A, e a SBD sugere também medidas de fotoproteção física, que incluem bonés, chapéus e óculos de sol.

O dermatologista diz que o uso de filtro solar é obrigatório em crianças a partir de seis meses de idade, e deve ser reaplicado, independentemente da estação do ano e do tipo de pele. Ele descartou a ideia de que pessoas mais morenas, em função da presença de melanina, estariam protegidas de ter câncer de pele. “Não é isso que a gente observa”, ressaltou, embora admita que os indivíduos mais morenos têm menor chance de se queimar, de o bronzeamento provocar bolhas. Mas, mesmo assim, há necessidade de utilização do filtro solar, qualquer que seja a cor da pele, acrescentou.

O indivíduo branco tem tendência maior a desenvolver câncer de pele, porque não tem melanina – pigmento da pele funciona como barreira, reduzindo a incidência da radiação solar. Andrade Lima salientou, entretanto, que o efeito é somatório. “Independente[mente] de ser branco, moreno ou negro, você tem a chance de desenvolver câncer de pele. O passar dos anos é que vai determinar isso”. Como a taxa de longevidade é alta, atualmente, aumentam também as probabilidades de câncer de pele, “porque esse efeito é somatório”, insistiu.

Atividades esportivas, banhos de piscina, ida a praias ou feiras livres, ou mesmo a ida ao trabalho, no dia a dia, ao sol, tornam a pessoa exposta à radiação ultravioleta. “E esse efeito somatório, durante anos, favorece o desencadeamento. A gente tem visto o aparecimento de câncer de pele mais precoce do que antigamente”, destacou.

Andrade Lima advertiu que a camada de ozônio, em função da emissão de gases poluentes e das mudanças climáticas, está cada vez mais tênue, facilitando a incidência crescente de radiação ultravioleta nas pessoas. Como os indivíduos continuam a se expor ao sol de maneira extrema, o receio é que a taxa desse tipo de tumor continue a aumentar. Segundo a SBD, o aparecimento de pintas escuras ou manchas na pele, assim como lesões que não cicatrizam, podem ser sinal de melanoma maligno e devem levar a pessoa a procurar um dermatologista.

O carcinoma basocelular, mais comum e com relação mais estreita com a radiação ultravioleta, se apresenta em geral sob a forma de caroços que sangram com facilidade e aparecem em áreas expostas, como a face, dorso, tórax, braços, pernas, couro cabeludo, lábios, orelhas dos homens. Essas lesões, quando identificadas, devem ser removidas o mais precocemente possível.

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