Ex-secretário de Búzios, Ruy Filho, é preso durante operação
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emFoi preso na manhã desta quinta-feira (9), o ex -secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão de Búzios, Ruy Ferreira Borba Filho. O ex-secretário, foi preso em sua residência, no Leblon, na Operação Curriculum Vitae, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). No local, os promotores, com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ (CSI/MPRJ) e da Polícia Civil, apreenderam aproximadamente 40 obras de artes, entre quadros e esculturas.
Além de Ruy Filho, apontado pelo MP com o líder da quadrilha especializada em lavagem de dinheiro que movimentou R$ 16 milhões entre 2008 a 2013, foram Sérgio Fernando Trindade Dutra, Ana Paula Pacheco Prates Borba, Eduardo Renzullo Borgeth Teixeira e Luís Alberto Pacheco Prates Borba. Kauê Alessi Torres segue foragido.
Obras de artistas como Mário Gruber, Martinho de Haro, Sérgio Ferro, entre outros, podem estar na relação que foi apreendida na casa do ex-secretário de Búzios. Segundo o promotor Marcelo Arsênio a próxima etapa é comprovar a veracidade dos quadros.
“As obras de arte serão apresentadas no Fórum de Búzios. Vamos ver se elas são verdadeiras, descobrir os autores e calcular o valor total. Após isso, as esculturas vão ser acauteladas no Museu de Belas Artes e no Museu da República, que são locais apropriados”.
De acordo com o MP, Ruy Filho fundou a empresa de fachada RBF Participações e Serviços Ltda., que funcionava num apartamento em um prédio residencial, e a Fundação Bem Te Vi, instituição sem fins lucrativos, para abrir contas e movimentar recursos entre integrantes da quadrilha.
“Chegamos a essa lista porque o próprio Ruy para entrar de sócio na empresa apresentou os bens. As obras de artes foram relacionadas pelo próprio. Quando entra de sócio tem que entrar com alguma coisa. Ele entrou com os bens, aporte de capital. A quadrilha movimentou R$ 16 milhões em conta corrente”, diz o promotor.
As investigações apontam que a RBF mantinha relações jurídicas com duas sociedades offshore, sediadas em paraísos fiscais, visando a integração dos recursos lavados: a Freemont Limited, com sede em Londres, e Greencastle International, localizada nas Ilhas Virgens Britânicas. A ocultação e dissimulação do dinheiro se davam, em parte, mediante remessas ilícitas ao exterior, que retornavam ao Brasil como simulação de empréstimos tomados por Ruy Filho, pela RBF e pela Fundação Bem te Vi, aparentemente de maneira legal.