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Motorista do BRT que viajou com criança pendurada é demitido

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Foi demitido por justa causa, na manhã desta sexta-feira (10), o motorista do BRT Transcarioca que não parou quando uma menina ficou com o braço preso na porta do coletivo pelo lado de fora. De acordo com a assessoria do BRT, a decisão foi tomada após a empresa do consórcio que administra o transporte ter ouvido a versão dele. Após o acidente, foi anunciado que o motorista seria afastado e passaria por novos treinamentos.

 

A criança ficou presa do lado de fora de um ônibus BRT, quando tentava desembarcar na estação da Maré, na noite desta quinta-feira. Desesperada, a avó de Jheniffer tentou levantar a neta para que ela não fosse arrastada pelo asfalto, enquanto a tia da menina correu até o motorista e o avisou que havia uma criança presa. Ele, no entanto, teria respondido que só poderia parar no próximo ponto.

Com a resposta negativa do motorista, a confusão aumentou. Jheniffer chorava e pedia para não morrer, enquanto a avó gritava. Os passageiros, revoltados, ameaçavam o motorista, mas ele se negava a abrir a porta e continuou dirigindo até a estação do Fundão. Segundo Jéssica, sua filha só não foi arrastada pelo asfalto graças a pedestres que a levantaram. Chegando na estação do Fundão, o motoristas desceu do BRT e fugiu num outro ônibus.

MENINA ADORAVA PASSEAR NO BRT

A pequena Jheniffer é uma menina doce e estudiosa. Aluna do primeiro ano da Escola municipal
Ariosto Espinheira, na Penha, ela chega em casa orgulhosa quando aprende algo novo, como escrever
o nome da mãe. Ela adora desenhar corações, casas e famílias.

Junto com a mãe e a irmã mais nova, de 4 anos, Jheniffer adorava passear de BRT. Com o transporte,
a família ia até a praia e ao Mercadão de Madureira. Depois do trauma vivido, nesta quinta-feira,
elas disseram que nunca mais vão andar no sistema de ônibus expresso.

— Ela está traumatizada, tremendo muito e com dor no braço. Está com luxação. Hoje vou levar ela
para o corpo de delito. Ela não quer mais andar de BRT. Ela fala o tempo todo que achou que ia
morrer. Hoje ela não quer ir para a escola.

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