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Traídor

Cabral trai o povo para beneficiar empresários de transportes

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Não é de hoje que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, favorece os empresários do ramo de transporte público, como metrô, trens, ônibus e barcas. Desde 2001, quando presidia a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), ele já constava na lista de pagamento da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio (Fetranspor), junto com o então presidente da Alerj, Jorge Picciani, hoje presidente do PMDB fluminense e o deputado Paulo Melo (PMDB), atual presidente da Alerj. Sempre votavam em favor de aumentos de tarifas e contra os interesses dos usuários.

Cabral nomeou aliados para a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp), que deveria regular irregularidades no setor e proteger os usuários. Porém, o órgão não pune as concessionárias e mantém sempre tudo como está. Até hoje o bonde de Santa Tereza, que deixou de funcionar há mais de dois anos depois de um acidente, está parado e o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes – empresário do ramo de ensino – continua no cargo.

Cabral é casado com Adriana Ancelmo, filha do empresário Jacob Barata, dono de 47 empresas de ônibus no Brasil e comanda mais de 30% dos ônibus no Rio. Adriana é advogada da Supervia, concessionária de trens e metrô, além da CCR Barcas e a Rio Ônibus.

Em janeiro, o governador enganou a população fluminense ao afirmar que não aumentaria as tarifas de metrô, trens e barcas. Porém, em fevereiro, autorizou o aumento das passagens destes meios de transporte, mantendo apenas os valores da tarifa social para quem tem Bilhete Único Estadual, que é vendido pela Fetranspor. Em janeiro, já tinha aprovado o reajuste das linhas intermunicipais de ônibus. Outro absurdo é o vice-governador, Luiz Fernando de Souza, o Pezão (PMDB), pré-candidato ao Governo do Estado, estufar o peito e afirmar que o Estado comprou nove embarcações para a CCR Barcas, que é uma concessionária privada. Em qualquer país civilizado é a concessionária de serviço público que faz isso. Não o Estado usando dinheiro público.

Esta semana, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) denunciou que em 24 de abril de 2013 a Agetransp publicou uma portaria criando meta de descarrilamento. “Não serão computados para a totalização do número de descarrilamentos aqueles que resultem em falhas classificadas como críticas ou catastróficas, a critério do Conselho Diretor”, diz um trecho do texto. “É uma vergonha, pior do que isso, um desrespeito com a população do Rio de Janeiro. Com isso a Supervia tem direito a um número determinado de descarrilamentos sem haver punição. É algo surreal, um prêmio à irresponsabilidade e impunidade. Trata-se de uma aberração que coloca em risco a vida dos passageiros e protege a Supervia. Isso é conivência. Depois se acontecer um acidente vão cobrar o que?”, questionou Garotinho.

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