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‘Vai executar? Olha a consequência’, diz França para Indonésia

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A embaixadora da França em Jacarta, capital indonésia, alertou para as possíveis “consequências”, caso o cidadão francês condenado à morte, por tráfico de droga, venha a ser fuzilado. “Nossas relações vão ter consequências em caso de execução” disse a embaixadora Corinne Breuzé, em entrevista coletiva, destacando que a França, que aboliu a pena de morte em 1981, opõe-se à medida, seja qual for a circunstância.

Serge Atlaoui, de 51 anos, foi preso em 2005 em laboratório clandestino de produção de drogas sintéticas em um bairro de Jacarta. Ele foi condenado à morte em 2007.

O cidadão francês afirma, desde o momento da detenção, que é inocente e que se encontrava no local instalando equipamento que acreditava ser destinado ao funcionamento de uma unidade industrial de acrílico. Atlaoui recorreu da sentença e espera, a qualquer momento, a decisão.

Se o recurso confirmar a sentença, a execução é quase imediata, mesmo para os estrangeiros. As autoridades indonésias estão preparando uma lista de condenados que devem ser fuzilados em breve e que inclui cidadãos da Austrália, do Brasil, das Filipinas, da Nigéria e de Gana.

No caso em que o cidadão francês se encontra envolvido foram detidas mais oito pessoas, também condenadas à morte. “O que nos parece chocante é que o nome do nosso compatriota é o único envolvido no caso e que figura na lista daqueles que podem vir a ser executados”, acrescentou a embaixadora.

A legislação antidroga na Indonésia é considerada uma das mais severas do mundo. Em 2014, o presidente indonésio Joko Widodo, que termina o mandato em outubro, rejeitou todos os pedidos de clemência apresentados pelos condenados à morte. Entre eles, está o brasileiro Rodrigo Gularte, preso em 2004 com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe e condenado em 2005.

Em janeiro, a Indonésia executou seis traficantes, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, o que causou uma crise diplomática entre os dois países.

A Indonésia, que retomou as execuções em 2013 depois de cinco anos de moratória, tem 133 prisioneiros condenados à morte, dos quais 57 por tráfico de droga, dois por terrorismo e 74 por outros crimes.

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