Cunha quer colocar água no chopp da CPI do BNDES
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emO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu sinais de que não pretende ceder à pressão da oposição para acelerar o processo de instalação a CPI do BNDES após a divulgação de pedido de investigação pelo Ministério Público, sobre as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Odebrecht.
O peemedebista disse que seguirá a ordem de chegada dos requerimentos de criação das comissões e que só decidirá “no seu devido tempo”. “Isso não será decidido agora”, declarou o deputadp, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Embora também reivindique a criação da CPI dos Fundos de Pensão, a oposição vai atuar na próxima terça-feira (5), retorno do feriado, para convencer Cunha a priorizar a CPI do BNDES. “O BNDES continua uma caixa-preta e o Congresso tem de investigar. Vamos continuar insistindo”, justificou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).
A oposição protocolou o requerimento para a instauração da CPI do BNDES em 16 de abril, sem nenhuma perspectiva de quando Cunha vai deliberar sobre o assunto. Com a divulgação pela revista Época de que o Ministério Público está investigando o ex-presidente Lula por suposto tráfico internacional de influência sob a acusação de que ele teria ajudado a construtora Odebrecht a ganhar contratos na América Latina e África com dinheiro do BNDES, a oposição vê na CPI a única oportunidade de convocar o petista.
Atualmente existem seis pedidos de criação de CPIs à frente do requerimento para investigar a concessão de empréstimos do BNDES. Pela ordem de chegada, o próximo pedido a ser analisado é o da CPI do Setor Elétrico, que já tem um parecer da assessoria técnica contrário ao requerimento. Os técnicos consideram que não há fato determinado no pedido, exigência regimental mínima para a criação de uma CPI. “Eu ainda não decidi politicamente. Mas decidirei”, afirmou o peemedebista, enfatizando que precisa “refletir sobre as razões subjetivas” do pedido.
Podem funcionar simultaneamente cinco CPIs na Câmara e hoje quatro já estão em andamento. O presidente da Casa pretende prorrogar por mais 120 dias apenas a CPI da Petrobras, que pelo prazo regimental terminaria em 25 de junho. Já as CPIs sobre a Violência contra Jovens Negros, do Sistema Carcerário e da Máfia das Órteses e Próteses serão concluídas em meados de julho.