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Estudantes da UnB cercam o MEC para cobrar bolsas atrasadas

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Estudantes de licenciatura em educação do campo da Universidade de Brasília (UnB) fizeram um ato em frente ao Ministério da Educação (MEC) cobrando a bolsa permanência, que está atrasada, no caso dos veteranos, e nunca chegou a ser paga aos novatos.

Os estudantes são moradores ou trabalhadores da área rural, que se preparam para serem professores do ensino fundamental e médio. Sem o auxílio, eles têm dificuldade em se manter no curso. Pelo Programa Bolsa Permanência, o MEC concede auxílio financeiro a estudantes matriculados em instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica e a estudantes indígenas e quilombolas.

O curso funciona em regime de alternância, ou seja, os estudantes passam dois meses no Distrito Federal, onde recebem a formação, e dois na comunidade onde moram para continuar os estudos e desenvolver atividades relacionadas ao aprendizado. Segundo os alunos, isso faz com que tenham que se dedicar integralmente aos estudos, não possibilitando outra fonte de renda.

Liomar Felix Vieira, de 37 anos, é um dos novos alunos. Ele está no DF há pouco mais de um mês e conta que até agora não recebeu a bolsa permanência. Como é descendente de quilombola, tem direito a R$ 900 por mês – o valor é pago a quilombolas e indígenas – e os outros estudantes recebem R$ 400.

“É difícil se manter em um lugar onde não se conhece ninguém e onse o custo é alto”, disse diz. Vieira conta ter recebido R$ 750 para dois meses de alimentação. Ele retorna para a Flores de Goiás (GO) no próximo dia 10. As aulas serão retomadas no dia 10 de agosto, segundo o estudante, e ele não sabe se terá condições de voltar se não receber a bolsa. “O curso é muito importante, na roça, onde moro, não tem universidade. As pessoas terminam o segundo grau e voltam para a enxada”, afirmou o estudante. “Lá precisamos de muitos professores, são mais de 20 assentamentos”, acrescenta ele que está se formando para dar aula no campo.

Para os alunos antigos, a bolsa deveria ter sido paga no dia 20. “Esse ano já atrasou várias vezes. Agora tem uma turma nova de 112 alunos, com mães de crianças pequenas. Até agora o pagamento deles não foi homologado”, diz o estudante do 5º semestre Arnaldo Vieira da Costa, 34 anos. Ele mora em Formosa (GO) e é assentado pela reforma agrária. “Sem a [bolsa] permanência, fica difícil permanecer no curso. As pessoas vêm de longe, de vários lugares”.

Um grupo de estudantes foi recebido pela Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC. Segundo a pasta, não houve decisão e uma nova reunião foi agendada para a próxima terça-feira (7).

Mariana Tokarnia, ABr

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