Governadores decidem apostar juntos para o Centro-Oeste crescer
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emAcompanhados de uma comitiva formada por secretários de Planejamento, de Fazenda e de Assuntos Estratégicos, os governadores de Brasília, Rodrigo Rollemberg, de Goiás, Marconi Perillo, do Tocantins, Marcelo Miranda, de Mato Grosso, Pedro Taques, e de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, reuniram-se nesta sexta-feira (3), em Goiânia, para definir prioridades de políticas públicas e ações conjuntas de planejamento para a Região Centro-Oeste.
No 1º Fórum de Governadores do Brasil Central: Compromisso com o Desenvolvimento, os representantes dos governos locais decidiram criar a Agência Brasil Central, grupo que definirá as políticas em comum dos Estados por meio do trabalho dos secretários regionais.
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, e proponente do encontro, Mangabeira Unger, coordenou a reunião dos líderes que ocorreu no Palácio Pedro Ludovico Teixeira. “A formação do bloco é uma resolução histórica”, disse Unger. O ministro apresentou cinco temas que guiarão a agenda de desenvolvimento da região: agropecuária; logística e industrialização; educação; ciência e tecnologia e fomento do empreendedorismo de vanguarda. “A educação básica de qualidade é, sem dúvida, uma prioridade máxima, mas todos os temas são essenciais para as estratégias desenvolvimentistas”, pontuou.
O governador Rodrigo Rollemberg elogiou a criação do fórum permanente, da Agenda de Desenvolvimento do Brasil Central, e a decisão de se formar uma instituição que possa financiar atividades na região. “O Centro-Oeste tem interesses comuns e quanto mais a gente se articular para debater os temas e construir alternativas, juntos, para os desafios da região, melhor para todos”, afirmou.
Também presente no encontro, o vice-governador de Brasília, Renato Santana, ressaltou a importância das diretrizes e acrescentou outras temáticas. “Temos que considerar prioridade a desburocratização.”
Para o anfitrião e governador de Goiás, Marconi Perillo, o esforço intelectual do ministro Mangabeira Unger para a iniciativa trará bons frutos. “Definimos o escopo, institucionalizamos o fórum e agora vamos partir para os debates profundos e para as ações”, garantiu Perillo, que espera traçar metas estratégicas financeiras e pragmáticas para o bloco no próximo encontro.
A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do DF, Leany Lemos, explicou a importância de considerar as especificidades de cada unidade federativa para pensar em políticas comuns. “Temos grande potencial para contribuir com a área de logística, com nosso aeroporto, por exemplo”, destacou. “Brasília tem a possibilidade de desenvolver uma indústria de ciência e tecnologia de qualidade, de ponta.”Diferentemente dos estados que compõem o grupo, o DF não tem o setor agropecuário tão desenvolvido, mas deve explorar outras vertentes produtivas. “Temos um papel importante na área de serviços, empreendedorismo e inovação”, resumiu.
O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, defendeu uma análise conjunta para resolução dos problemas individuais de cada ente federativo da região. Para ele, é necessário repensar a logística do centro do País. “É fundamental que nossos eixos de escoamento sigam uma lógica regional competitiva, que incentive a produtividade.”
Já o governador de Mato Grosso, Pedro Tasques, considerou que o ineditismo da iniciativa vai permitir que os estados e o Distrito Federal caminhem rumo a um novo modelo de federação, tendo como mote a cooperação entre os membros estaduais. “Não se faz um país só com bacharéis e doutores. O Brasil precisa de técnicos”, defendeu.
A importância de se discutir a reforma tributária nas unidades federativas foi destacada pelo governador de Tocantins, Marcelo Miranda. “Temos de focar em fazer o melhor com menos, valorizar o poder público desde a base e repensar a tributações na região.”
No início da tarde, os governadores almoçaram no Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governador de Goiás. Ficou definido que o grupo se encontrará mensalmente até o fim do ano e bimestralmente em 2016. Para os próximos meses, as reuniões seguirão um cronograma que passará por Mato Grosso, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Brasília. Rondônia também será convidado a integrar o grupo no próximo encontro.
Gabriela Moll, Agência Brasília