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Vetados em bar na lei do silêncio, choro e chorões invadem o Eixão Norte

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Brasília recebeu neste domingo (5) a primeira edição do projeto Virada do Choro. Foram sete horas de música no Eixão Norte. Gabriela Tunes, 39 anos, flautista e uma das organizadoras do evento, disse que a proposta é mostrar que a cidade conta com uma cena de choro muito forte e muito rica, mas que luta para conseguir espaço. Isso porque os locais onde as rodas de choro tradicionalmente ocorrem – bares e restaurantes – precisaram se adequar à chamada Lei do Silêncio.

“Antes da Lei do Silêncio, era comum um músico tocar cinco ou seis vezes por fim de semana. Agora, não há mais lugar para tocar. Com isso, a cena vai se empobrecendo e o público para de ter acesso à música. As novas gerações, compostas por garotos de 12 ou 13 anos, começam a gostar das coisas quando veem. Se eles não estão vendo o choro, não vão se interessar. A gente vai perdendo a capacidade de recrutar pessoas jovens para esse ambiente do choro, que é tão bacana.”

O violinista Fernando César Vasconcelos, 44 anos, conta que a ideia do projeto é trazer as rodas de choro para as ruas e mostrar o potencial dos artistas da cidade. Ele lembra que Brasília já é conhecida como a capital do choro, mas diz que o estilo musical é um dos grandes prejudicados com o horário limitado de funcionamento de bares e restaurantes nos fins de semana.

A estudante Débora Paes, 39 anos, acompanhou algumas rodas de choro acompanhada do namorado e elogiou a iniciativa. “Sempre gostei de rodas de choro e é uma ideia muito legal ocupar espaços públicos para fazer esse tipo de espetáculo”, disse. O namorado e músico Mário Crispim, 37 anos, também aprovou a ideia. “É sempre muito bom estar em rodas de choro. Com a Lei do Silêncio, ficou mais difícil, mas Brasília é o berço do choro e dá um jeito. Isso faz da cidade única e especial”.

O advogado Márcio Andrade, 37 anos, acompanhou as rodas de choro com a filha Helena, de 7 meses. Embalada pela música, a menina adormeceu no carrinho de bebê, enquanto o pai curtia os sons da flauta, do violão de sete cordas e do pandeiro, entre outros. “Gosto de choro, mas a rodas de choro eu nunca mais fui. É uma ideia espetacular, fantástica, trazer isso para as ruas. Sempre que acontecer, estaremos aqui”.

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