Pilotos e donos de aviões repudiam presente dado para o genro de Eunício
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emO líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), conseguiu emplacar o genro na diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ricardo Fenelon Júnior é advogado e se casou com a filha do peemedebista há menos de um mês, numa cerimônia em Brasília para 1 mil 200 convidados, dentre os quais a presidente Dilma Rousseff.
A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira, mas o advogado ainda terá de passar por uma sabatina no Senado. O genro de Eunício se formou em Direito em 2011 pela Uniceub, uma faculdade particular da capital federal.
A Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA) contestou a indicação. “A possibilidade de nomeação política, baseada na mais asquerosa troca de favores partidários, é por nós, especialistas, veementemente repudiada. Demonstramos nossa total contrariedade a qualquer indicação, para cargo diretivo da agência, de pessoas que não possuam qualificação técnica e elevado conhecimento nesse campo de especialidade”, diz uma nota publicada em seu site.
Apesar das críticas, o governo tem usado as nomeações de segundo escalão como moeda de troca para garantir a fidelidade da base aliada em votações. A estratégia, porém, tem falhado diante da demora em tirar do papel os acordos firmados pelo vice-presidente Michel Temer, que está à frente da articulação política desde abril.
Na quarta-feira, o Palácio do Planalto foi surpreendido com a aprovação no Senado da medida provisória que estende a correção do salário mínimo aos aposentados. O PMDB, principal partido da base, teve um papel decisório nessa votação. Dos 17 senadores, sete votaram contra o governo e apenas cinco a favor. Entre as quatro ausências, uma das mais sentidas foi a do líder peemedebista.
Nos bastidores, apesar de Eunício ter conseguido emplacar o genro na Anac, comenta-se que ele está impaciente com o fato de as suas outras sugestões para o segundo escalão ainda não terem sido contempladas.
Outra ausência notada foi a da peemedebista Sandra Braga (AM), mulher do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Ele estaria disputando cargos, entre os quais o da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), com o senador Omar Aziz (PSD), que também é do Amazonas.
A assessoria da senadora afirma que ela não estava no plenário porque tinha uma audiência com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. Já a assessoria de Braga nega que ele tenha feito indicações políticas e diz que essa informação “não tem nenhum sentido”.
O senador Dário Berger (PMDB-SC), por sua vez, teria votado contra o governo porque as articulações para emplacar o seu irmão, Djalma Berger, na diretoria da Eletrosul ainda não haviam avançado. A assessoria do senador, porém, diz que o voto do senador não foi contra o governo, mas a favor dos aposentados.