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Plutão recebe New Horizons, nave terráquea, com o ‘coração aberto’

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A sonda espacial americana New Horizons fez história ao se aproximar nesta terça-feira a cerca de 12,5 mil quilômetros de Plutão, a menor distância até hoje em relação ao planeta-anão. Uma imagem surpreendeu os cientistas: um enorme coração é lembrado na superfície do astro.

“Sim! Depois de mais de nove anos e mais de 3 bilhões de milhas, o voo perto de Plutão aconteceu às 7h49 (8h49 em Brasília)”, informou a Nasa em inglês pelo Twitter.

A expectativa é que a sonda, que durante sua viagem já divulgou as imagens mais nítidas e próximas a Plutão disponíveis até então, tenha conseguido dados ainda mais precisos sobre a superfície do planeta-anão em sua aproximação, segundo explicaram os responsáveis pelo projeto.

No entanto, a New Horizons não deve se comunicar até as 20h53 de Washington (21h53 GMT) com o centro de controle da missão na Terra, por isso que até então não se saberá se a nave sobreviveu à aproximação em bom estado.

Esta façanha espacial não está isenta de riscos. A nave, que se desloca a 49.889 km/h e pesa 480 quilos, poderia ficar inutilizável em caso de choque com uma rocha do sistema de Plutão.

A Nasa calcula que o risco de colisão é de 1 para 10 mil, mas lembra que esta missão é voltada “ao desconhecido”, por isso nenhuma possibilidade pode ser descartada. Esse marco cientista chega após nove anos e meio de travessia e 4.828 milhões de quilômetros percorridos com o objetivo de ver de perto um planeta que é um autêntico enigma para os pesquisadores.

Em janeiro de 2006, quando a New Horizons começou a longa viagem, a Nasa disse que Plutão era o único dos nove planetas do Sistema Solar aonde nunca havia chegado uma nave espacial. Poucos meses depois, em agosto, Plutão foi rebaixado à categoria de planeta-anão pela União Astronômica Internacional (UAI).

Graças a essa missão, agora se sabe que Plutão é 80 quilômetros mais largo e tem 2.370 quilômetros a mais de diâmetro do que se pensava.

Assim, Plutão é maior que Eris, um das centenas de milhares de pequenos planetas e objetos situados depois de Netuno na região denominada Cinturão de Kuiper, cujo descobrimento em 1992 acabaria por provocar que Plutão fora rebaixado da categoria de planeta à de planeta-anão.

A nave começou a missão no dia 19 de janeiro de 2006 em um foguete Atlas V que decolou do Cabo Canaveral, na Flórida, no sudeste dos EUA. A bordo da sonda estão as cinzas de Clyde Tombaugh, o astrofísico que em 1930 descobriu o ponto de luz que hoje chamamos Plutão.

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