Deputados distritais estudam criar uma Frente Parlamentar para combater a corrupção
O combate à corrupção foi o principal tema de pronunciamentos de deputados distritais durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (18). Foi sugerida inclusive a criação de uma Frente Parlamentar de Combate à Corrupção para discutir ações de enfrentamento do problema. A ideia foi apresentada pelo deputado Rodrigo Delmasso (PTN), que iniciou o debate sobre o tema na sessão.
O distrital destacou que o envolvimento de toda a sociedade é fundamental para erradicar a corrupção no País. Para ele, também é necessário maior rigor na legislação, com o aumento das punições aos corruptos. De acordo com o parlamentar, o Brasil perde anualmente R$ 85 bilhões com a corrupção. Delmasso defendeu ainda a formação de um pacto de civilidade, envolvendo políticos, empresários e o povo brasileiro para transformar a realidade atual.
Já o deputado Chico Leite (PT) enalteceu o trabalho do Ministério Público e do poder Judiciário no combate à corrupção. Em sua opinião, as ações contra a corrupção devem ser constantes e permanentes para garantir a defesa do patrimônio público. Por outro lado, o distrital criticou a complacência da sociedade com corruptos contumazes e com pequenas transgressões que, para ele, são a raiz da corrupção. Leite também quer penas mais eficientes para quem for condenado por corrupção.
O deputado Chico Vigilante (PT) também acredita que os pequenos delitos, como invasões de áreas públicas, por exemplo, dão início a outros atos de corrupção. Para ele, não haveria corrupção se todos observassem as leis e as regras existentes. Vigilante informou que apresentou ontem ao presidente do Tribunal de Justiça do DF (TJDF), desembargador Getúlio de Moraes Oliveira, a sugestão de criação de varas especiais de combate à grilagem de terras. Segundo ele, a ideia foi bem recebida e o TJDF vai realizar estudos para viabilizar a criação das unidades, que já existem em São Paulo, Rondônia e Pará.
Já o deputado Júlio César (PRB) disse, da tribuna, que o povo brasileiro deu “uma demonstração de maturidade e mostrou seu esgotamento em relação ao aumento incontrolável da inflação e ao maior escândalo de corrupção já apurado no Brasil”. César destacou o caráter pacífico das manifestações. “Nenhum vidro foi quebrado”, salientou.
O deputado Raimundo Ribeiro (PSDB) não poupou críticas ao Partido dos Trabalhadores e garantiu que há lastro jurídico para o processo de impeachment. “Conheço muitos petistas respeitáveis, mas temos que ser honestos e reconhecer que o Supremo Tribunal Federal condenou todos os ex-tesoureiros do PT à cadeia, assim como o ex-presidente do partido. Não podemos tapar o sol com a peneira. Há sim elementos para o impeachment, e eu diria que o principal é a falta de sustentabilidade do governo Dilma”, apontou.
Já Ricardo Vale (PT) alertou os colegas para uma ameaça ao sistema democrático: “Hoje é o PT, mas amanhã pode ser qualquer outro partido. Ameaçar a democracia é pedir a volta da ditadura. E com ditadura podem ter certeza que não vai haver espaço para nenhum político”.
Éder Wen, Zínia Araripe e Luís Cláudio Alves
