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Governo cego. Tenda da catarata desaba e deixa mais de 10 feridos

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Azar de um governo inoperante, condenado pela população e atacado pela Oposição, ou mero descaso de Agnelo Queiroz (PT) e seus assessores próximos com o povo? Qualquer das hipóteses serve para ilustrar o acidente ocorrido na tarde desta quinta-feira 10, na Ceilândia, quando uma tenda desabou e deixou ao menos 10 pessoas feridas.

Uma reportagem levada ao ar pelo DFTV e que ganhou as redes sociais via G1, detalha o que aconteceu, inclusive ouvindo testemunhas.  Leia o texto:

Dez pessoas ficaram feridas depois que parte da tenda montada pelo governo do Distrito Federal para realização de um mutirão de cirurgias de catarata desabou no início da tarde desta quinta-feira (10), na área do antigo Ceilambódromo. Ainda não há informações oficiais sobre as causas do acidente, mas, segundo testemunhas, a forte chuva e a ventania que ocorriam no momento podem ter influenciado na queda da estrutura.

Entre os feridos, havia uma mulher que quebrou uma das pernas, um homem que precisou passar por cirurgia e um outro homem que sofreu ferimentos na cabeça. De acordo com o Samu, além das dez pessoas que precisaram ser encaminhadas ao hospital, outras 140 pessoas também necessitaram de atendimento médico, após apresentarem crise nervosa e hipotermia, e foram levadas para o Sesc. O desabamento aconteceu pouco antes de 13h.

Presente no local pouco depois, o secretário de Saúde, Elias Miziara, se emocionou ao comentar sobre a queda da tenda e a situação dos feridos. “[Um ambulante que se machucou] já está sendo atendido, não tenho notícias, mas seguramente não deve ser nada grave. E [houve] evidentemente algumas [situações de] crises nervosas, porque nesses momentos as pessoas se apavoram”, afirmou.

A estrutura foi montada ao lado da Unidade de Pronto Atendimento de Ceilândia na última semana, no mesmo dia em que a UPA foi inaugurada. A intenção é de que ela ajud a reduzir a demanda em catarata no DF, que, segundo Miziara, estava em torno de 3 mil. Nesta terça, as equipes já haviam realizado 278 consultas e 136 cirurgias – a expectativa era de fazer mais 137 atendimentos e 126 operações.

Testemunha do desabamento, Antônia Esteves disse que viu muita gente passando mal, sem conseguir ficar em pé. “Estávamos todos sentados lá. Pouco depois começou a balançar e cair tudo, e gente correndo, sem saber aonde ir, e o vento começou a tirar tudo. Saímos correndo e teve uma senhora que abrigou a gente dentro do carro dela, porque quando saímos estava a maior chuva e a gente não sabia para onde ia”, declarou.

Outras pessoas que presenciaram a queda da estrutura afirmaram à reportagem do G1 que o caminhão da Redação Móvel, que estava no local, ajudou a conter o desabamento e a evitar um acidente maior.

A gari Carmosina Conceição chegou pouco depois do acidente atrás de informações sobre o funcionamento da tenda. “Ia faltar amanhã o serviço e dormir na fila pra conseguir uma consulta, porque tenho catarata e não consigo enxergar nada, nenhuma letra”, disse.

À espera de cirurgia de catarata, o aposentado Juracy Menezes Magalhães, de 71 anos, contou que ouviu um estrondo forte antes do desabamento. O homem afirmou ainda que ficou com as roupas encharcadas após procurar um local para se esconder.

“Eu só vi as cadeiras capotando, as coisas caindo e consegui sair correndo. Nós nos escondemos em um barraquinho mais a frente. Lá batia uma enxurrada alta, estou todo molhado. Aí um tanto de gente se escondeu lá, ficamos apertados esperando. Não estou enxergando muito bem. A minha sorte é que estava com minha esposa e ela foi me guiando pelo braço. É meu anjo da guarda. Se não fosse ela, não conseguia sair de lá sem me machucar. A chuva veio igual um furacão querendo derrubar tudo”, declarou.

A dona de casa Lucélia Cavalcante, de 58 anos, conta que estava no local para acompanhar a mãe, de 84 anos, que havia acabado de fazer a cirurgia. “Na hora que ela desceu da carreta, aconteceu a queda. Foi uma correria imensa, gritaria. A única coisa que fiz foi levar ela de volta para dentro da carreta, porque lá estávamos mais seguros.”

O Samu informou que encaminhou 45 profissionais para o local, em cinco ambulâncias básicas, duas avançadas e quatro motos. A expectativa é de que a tenda volte a funcionar em dois dias. A previsão era de que ela ficasse no local até o dia 15 de abril.

A Administração Regional de Ceilândia informou que recolheu bolsas e documentos. Interessados em buscar os itens e em obter mais informações sobre consultas e remarcações podem procurar a ouvidoria da entidade pelo telefone 3471-9833.

O Instituto Nacional de Meteorologia informou que o DF registrou, até esta quinta-feira, 67% da quantidade de chuvas esperadas para abril. Foram 83 mm de água em dez dias, quando a expectativa era de 123,8 mm. Somente entre esta quarta e quinta, as precipitações atingiram volume de 19 mm.

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