Cooperativas de micro ônibus pedem reajuste de tarifa e CPI convoca empresários do setor
Representantes de cooperativas de transporte público pediram urgente reajuste de tarifas e renovação do contrato de prestação de serviço durante audiência pública na manhã desta quinta-feira (27) como parte dos trabalhos da CPI do Transporte Público. A audiência, realizada no auditório da Casa, foi presidida pelo deputado Renato Andrade (PR), em que participaram os deputados Raimundo Ribeiro (PSDB) e Rafael Prudente (PMDB), integrantes da comissão.
Raimundo Ribeiro destacou que a função de uma audiência é ouvir a população. “É nosso papel ouvir e nos preocuparmos com os trabalhadores das cooperativas”, disse o parlamentar, que é relator da CPI. Ele garantiu que o serviço prestado pelas cooperativas estará presente no relatório final da CPI. “Neste ano, o serviço, além de continuar ruim, encareceu. Mas temos que levantar a cabeça e encontrar uma solução”, declarou.
Representante da Associação das Cooperativas do DF, Wagner Pereira, criticou o atual modelo de transporte público. Segundo ele, o governo somente beneficia as grandes operadoras de transporte, subsidiadas pela secretaria, sendo que as cooperativas sofrem por receberem “apenas o que é pago nas catracas”.
“Operamos desde 2008 com a mesma tarifa, sem reajuste”, protestou o diretor da Cooperativa de Transportes do DF (COOTARDE), Davino Alves. Ele lembrou que os contratos expiram em dezembro deste ano: “três mil empregos diretos dependem dessa prestação de serviço”. Israel Bezerra, diretor financeiro da COOTARDE pediu o urgente reajuste das tarifas para que as cooperativas consigam o reequilíbrio financeiro. “O nosso serviço é de utilidade pública”, declarou Ricardo Silva, diretor da COOTARDE. O representante da empresa de transporte Veracruz, Adevam Pereira, disse que o sistema fraudulento da última licitação quer “acabar com as cooperativas”.
O presidente da Associação das Empresas de Transporte do DF (TRANSID), Sebastião Barbosa, argumentou que o DF tem a frota mais nova do país, dotada da melhor tecnologia a bordo. Ele defendeu uma reforma operacional em todo o sistema. “Qual é o transporte que queremos?” foi o tema da pesquisa apresentada, durante a audiência, pelo professor de Engenharia Ambiental da Universidade de Brasília, Paulo César Marques. Ele disse que a academia pode ajudar a entender os problemas de mobilidade no DF.
Servidores da Associação dos Servidores de Carreira da Atividade de Transportes Urbano do DF (ASSETRANSP) participaram da audiência e pediram apoio parlamentar para o fortalecimento da carreira.
Reunião extraordinária – Renato Andrade anunciou que a próxima reunião extraordinária da CPI será na terça-feira (1) às 9h, quando devem ser ouvidos pela comissão o secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, e empresários do ramo.
Franci Moraes
