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Cunha vai a Dilma e ninguém pede nada a ninguém em um papo trivial, ‘apenas ameno’

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O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reuniu-se hoje (1º) à tarde com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, onde conversaram sobre a situação econômica, a proposta orçamentária enviada ontem (31) ao Congresso e a situação geral do Brasil.

“Foi uma conversa institucional. Ela me convidou para ir ao Palácio e aceitei normalmente, como farei sempre que for necessário”, disse Cunha. Esse foi o primeiro encontro entre os dois após Cunha anunciar, em 17 de julho, o rompimento político com o governo.

Eduardo Cunha informou que a presidenta detalhou a proposta orçamentária e que eles debateram a matéria, encaminhada ontem ao Congresso com previsão de déficit de cerca de R$ 30 bilhões. “Debatemos a peça orçamentária e a situação conjuntural do país. Tenho minha visão sobre o processo econômico que, às vezes, destoa um pouco da visão colocada pela equipe econômica”.

Segundo o presidente da Câmara, a conversa com a presidenta Dilma Rousseff foi institucional e apenas sobre o momento vivido pelo Brasil.

“A presidenta não me pediu nada. Foi uma conversa institucional e deixou o diálogo em aberto. Foi uma conversa sincera sobre a situação do país. Ela não me fez propriamente um pedido. Debateu a situação e me pediu apoio para que medidas possam ser tomadas, a fim de que possamos ter uma solução estrutural para o processo.” Conforme Cunha, a presidenta não falou e nem pediu apoio para medidas que gerem aumento de impostos.

De acordo com o deputado, a presidenta afirmou que “93% do Orçamento está vinculado e não há como se cortar”. “Disse à presidenta que o maior problema é que a arrecadação caiu muito mais que a retração do Produto Interno Bruto (PIB), o que ocorreu pela perda de confiança na economia como um todo. Disse também que é preciso buscar medidas que ajudem a retomar a confiança, de modo que a arrecadação pare de cair e volte a crescer.”

Para o presidente da Câmara, o objetivo da presidenta Dilma com a reunião “foi discutir um problema que afeta as contas públicas do país, a fim de, politicamente, ter um canal aberto para dialogar nas circunstâncias necessárias”. Eduardo Cunha reafirmou que uma coisa é seu alinhamento político e outra é a institucionalidade. “Como presidente da Câmara, não posso me recusar a conversar com a presidenta da República.”

O deputado disse que também conversou com a presidenta sobre o projeto que trata da repatriação de recursos e que explicou os motivos pelos quais defende que a matéria seja de iniciativa do Poder Executivo, “uma vez que assim o projeto poderá ser encaminhado com urgência constitucional e ser votado rapidamente”.

Segundo ele, tendo origem no Legislativo, a matéria terá de tramitar por várias comissões e sua apreciação será retardada. Eduardo Cunha acrescentou que sua posição politica em relação ao governo não mudou com o encontro de hoje.

Iolando Lourenço – ABr

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