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Fercal, 59 anos; o museu vivo de Brasília ouve as histórias dos seus próprios moradores

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A história de uma cidade contada não com a descrição fria dos fatos, mas com a emoção de quem vive e se orgulha de fazer parte daquela localidade. Os moradores da Fercal são os protagonistas de um projeto de resgate e de valorização da história e da cultura da cidade que poderá ser visto de qualquer parte do mundo pela internet.

É o Museu da Pessoa, um museu virtual de histórias de vida que reúne áudios, vídeos e textos, além de fotos e documentos digitalizados. O resultado desse trabalho, realizado com o apoio da Votorantim Cimentos, será apresentado oficialmente no dia 12 de setembro, durante as comemorações do aniversário de 59 anos da Fercal.

O público irá assistir aos depoimentos feitos com os moradores de 14 comunidades da Região e também conferir uma exposição de fotos. Entre as 50 imagens que serão expostas, estão registros das obras de asfaltamento da cidade, de eventos políticos e culturais, e de peculiaridades do cotidiano dos moradores. Também serão exibidas panelas, lamparinas, balanças manuais para pesagem de alimentos, peneiras de palha, pilão, lampião e outros objetos que revelam características do interior que ainda estão presentes nas residências e no estilo de vida dos moradores. Haverá ainda a apresentação de uma peça teatral, encenada por jovens da organização comunitária SOS Fercal.

Tereza Ferreira da Silva, de 63 anos, é moradora conhecida na Fercal. Ela contribuiu para fundar o Conselho Comunitário em 2010 e colaborou em todas as etapas de execução do projeto, sendo ela própria uma das entrevistadas para o Museu da Pessoa. As gravações foram realizadas entre os meses de abril e julho de 2015, com participação dos membros do Conselho e de outros moradores, que foram capacitados em quatro oficinas de elaboração de roteiros e abordagens com os personagens.

A casa de Tereza serviu como um estúdio para boa parte das gravações, já que alguns moradores residem em comunidades distantes. “Fiz de tudo um pouco e gostei muito da experiência. Foi um trabalho intenso, porque chegamos a gravar quatro entrevistas por dia, com uma média de duas horas e meia cada. Agora, estamos na coleta de peças históricas e imagens com os moradores para exibir no aniversário da nossa cidade. O nosso entusiasmo tem atraído mais pessoas a colaborar para reescrever a história da Fercal”, disse Tereza.

A assistente social, Andreia Ferreira de Aguiar, de 38 anos, nasceu e foi criada na Fercal. Jamais pensou em sair da região e afirma que o sentimento de pertencimento à cidade é compartilhado pela maioria dos moradores, mesmo os que vieram de outros municípios. Na opinião dela, o Museu da Pessoa não só ajudará a preservar a memória e a cultura da Fercal, como servirá ainda como referência para reivindicar melhorias para a região. “As pessoas não conhecem a verdadeira história da Fercal e o Museu da Pessoa é muito importante para revelar isso, mostrando que aqui é um lugar de gente que acredita e luta por seus sonhos. Nós já tivemos algumas conquistas, mas ainda há desafios a serem superados. Acredito que o reconhecimento proporcionado pelo Museu da Pessoa ajudará a incentivar o progresso da região, com mais dignidade e qualidade de vida para todos”, ressaltou.

A consultora do Museu da Pessoa que coordenou e orientou os trabalhos na Fercal, Márcia Elias Trezza, disse que o envolvimento do Conselho Comunitário e dos demais moradores foi além do esperado para a execução do projeto. Segundo ela, a proposta era somente gravar os depoimentos em vídeo para o museu virtual e produzir um material educativo para os professores trabalharem em sala de aula, mas o projeto evoluiu e os moradores se mobilizaram para a criação de um museu físico. “A participação coletiva na execução do projeto na Fercal foi muito grande. Quem colaborou diretamente para coletar as histórias está preparado para dar continuidade aos trabalhos e isso já está acontecendo, porque a ideia da exposição de fotos e de peças históricas foi o primeiro passo para tornar a construção do museu uma realidade”, destacou.

Para o gerente de fábrica da Votorantim Cimentos de Sobradinho, Matheus Viotto Bezerra,o Museu da Pessoa contribuiu para estimular as pessoas a se engajarem para a concretização de sonhos. “Esse projeto proporcionou um resgate da memória local e também elevou a autoestima dos moradores, tornando-os mais conscientes da importância da atuação deles para o desenvolvimento da Fercal. A Votorantim Cimentos tem orgulho de fazer parte dessa história e de apoiar ações que beneficiem a população”, afirmou.

Serviço
Apresentação de histórias de moradores da Fercal – Museu da Pessoa
Dia 12 de setembro, às 17h
Espaço Cultural da Fercal – Rodovia DF 150, Km 12 – Engenho Velho
Entrada franca

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