Brasília tem 5 mil 800 famílias vivendo em situação crítica de muita pobreza, diz Codeplan
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emEstudo feito pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), de julho a setembro, identificou que 5.862 famílias brasilienses consideradas pobres encontram-se em situação crítica. A análise foi feita com base no Cadastro Único do DF e averiguou aspectos que variam desde a renda até o tipo de moradia que essa parcela da população ocupa.
Foram utilizadas informações de 100.616 famílias e 16 variáveis socioeconômicas para avaliar características como tipo de piso da moradia, idade dos moradores e grau escolar de cada um deles. Os quesitos, por sua vez, apontaram cinco dimensões de pobreza: condição da habitação, acesso a ensino médio de qualidade, dependência infantil (presença de criança de até seis anos e ausência de alguém para cuidar dessa criança enquanto os pais trabalham), vulnerabilidade financeira e acesso ao ensino fundamental.
A dimensão que avaliou a moradia é, segundo o estudo, a que mais diferenciou o grau de pobreza das famílias analisadas. Foram consideradas nove características do domicílio: local (urbano ou rural), material do piso, material das paredes, existência de água canalizada, forma de abastecimento de água, escoamento sanitário, existência de coleta de lixo, tipo de iluminação e existência de calçamento.
O cruzamento de todas as variantes deu origem ao Índice Multidimensional da Pobreza no DF. Inédito, o indicador revelou o nível de pobreza em cada região administrativa de Brasília. São Sebastião ocupa o primeiro lugar, com 2,58% das famílias em estado crítico, seguida da Estrutural (2,15%) e de Brazlândia (1,33%). Em números absolutos, são 715 famílias nessa situação em São Sebastião, 191 na Estrutural e 200 em Brazlândia.
O estudo possibilitou ainda apreciar a distribuição dos programas sociais do governo. Segundo a análise, o foco dos benefícios é positivo, mas existem pontos que precisam ser melhorados. Quanto ao Bolsa Família, por exemplo, 2,6 mil pessoas que têm direito a ele não o recebem.
Para o subsecretário de Avaliação e Gestão da Informação da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, Marcelo Lima, o resultado é de extrema importância para basear o planejamento de políticas públicas que atendam ao público-alvo da pesquisa. “Entender as áreas mais carentes facilita para que elas sejam prioritárias na hora de definir as ações.”
Mariana Damaceno, Agência Brasília