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Necrotério de Natal não suporta demanda e deixa corpos espalhados pelo chão

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Pelo menos nove corpos ficaram amontoados no chão do necrotério do Itep (Instituto Técnico e Científico de Polícia) do Rio Grande do Norte, em Natal, aguardando necropsia do domingo até o início da manhã desta segunda-feira (28).

Dados da Sesed (Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social) mostraram que, entre as 18h da sexta-feira (25) e as 8h desta segunda-feira, 26 corpos deram entrada no local, sendo 21 vítimas de arma de fogo. Somente no domingo chegaram 16 corpos de vítimas de homicídio e dois de acidentes de trânsito. A alta demanda por serviços foi considerada atípica pelo Itep.

O pico de mortes violentas em Natal e região metropolitana foi registrado da noite do sábado até o domingo após o assassinato do PM (Polícia Militar) Daniel Henrique da Silva, 32. O policial foi baleado por dois criminosos durante um assalto a uma padaria em que ele fazia bico como segurança, localizada na avenida Castelo Branco, no bairro Pajuçara, zona norte da capital.

A secretária Kallina Leite disse que a polícia não acredita que os assassinatos tiveram relação com a morte do policial e trabalha como crimes resultantes de brigas de facções criminosas que disputam o tráfico de drogas em Natal e região metropolitana. Dos 22 homicídios do fim de semana apenas quatro pessoas não tinham passagem pela polícia, segundo a Sesed.

Funcionários relataram que, além da alta demanda, houve problemas de abastecimento de água, o que pode ter contribuído para a demora na realização das necropsias e por consequência, o acúmulo de corpos.

Segundo o Itep, durante o fim de semana o abastecimento das caixas de água do Itep ocorreram por meio de carros-pipa fornecidos pela Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte). O instituto disse que o sistema de abastecimento de água foi normalizado às 9h.

O Itep justificou que a alta demanda “num curto espaço de tempo” contribuiu para o acúmulo de corpos fora das câmaras de refrigeração do necrotério destinadas aos corpos de mortes recentes. No local há 21 gavetas para acondicionarem corpos recém-mortos e parte delas estava ocupada.

“Foi dada prioridade para necropsia nos corpos que estavam foram das câmaras de refrigeração para que eles não ficassem tanto tempo no local. À medida que corpos que estavam nas câmeras frias já necropsiados e as famílias traziam a documentação, o espaço foi desocupando para dar a vez aos que estavam fora. A situação já foi normalizada nesta manhã de segunda-feira”, informou o Itep.

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