Falta de dinheiro e preços altos obrigam o povo a conter gastos e evitar supérfluos
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emOs brasileiros se sentem pouco estimulados a comprar em 2015, de acordo com a pesquisa “Pulso Brasil”, divulgada nesta quarta-feira, 7, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O levantamento mostra que, no primeiro semestre deste ano, aumentou o porcentual de consumidores que desistiram de comprar por falta de dinheiro e pelo fato de os preços altos estarem mais altos, enquanto aqueles que consumiram optaram por produtos mais baratos. O estudo revela ainda que, para o segundo semestre, as percepções para as condições financeiras pioraram mo País.
De acordo com a pesquisa, nos seis primeiros meses deste ano, aumentou a demanda por telefonia e eletroportáteis, cujos produtos estão mais baratos, em relação ao primeiro semestre de 2014, ao mesmo tempo em que diminuíram as compras de eletrodomésticos da linha marrom (televisores, DVD ou qualquer aparelho de imagem). A compra de produtos da linha branca, informática e eletrônicos (câmeras fotográficas digitais, vídeo games e filmadoras) permaneceram no mesmo patamar no período. O porcentual de consumidores que não compraram nenhum desses produtos, por sua vez, diminuiu de 71% para 70%.
A principal justificativa apresentada pelos entrevistados para não terem comprado entre janeiro e julho deste ano foi a falta de dinheiro suficiente, apontada por 32% dos entrevistados. Em 2014, esse porcentual era de 29%. A segunda explicação mais usada foi a alta dos preços: 28%, maior do que os 24% de igual período do ano passado. Também cresceu o porcentual dos consumidores que não compraram porque estão endividados (de 6% para 7%). Já o total de brasileiros que declararam que não consumiram pois pretendem poupar dinheiro permaneceu em 6% no primeiro semestre de 2015 assim como em 2014.
Condições financeiras – O levantamento também questionou os consumidores sobre as condições financeiras para o segundo semestre deste ano. Do total de entrevistados, 35% apontaram que a situação deve piorar em relação aos seis primeiros meses de 2015. Em 2014, esse porcentual era de 11%. Também aumentou o porcentual dos que consideram as condições “muito piores” (de 1% para 8%). Já os que avaliam a situação como igual (de 62% para 46%), melhor (de 23% para 10%) ou muito melhor (de 3% para 1%) diminuíram. As principais justificativas apontadas para não comprarem nesse período são falta de dinheiro e de necessidade e preço alto.
“O resultado é uma perspectiva de baixo consumo para o segundo semestre, que apesar de ser semelhante à de 2014, na qual a maioria não pretendia realizar compras, o principal motivo declarado é a falta de dinheiro, diferente do ano passado quando era a falta de necessidade”, ressalta a Fiesp no relatório.
A pesquisa Pulso Brasil foi realizada pelo instituto Ipsos, a pedido da federação, entre os dias 15 e 31 de julho deste ano. De acordo com a federação, foram ouvidas 1,2 mil pessoas em todo o país. Em 2014, o levantamento também tinha sido realizado, só que com uma amostra de mil pessoas.