Grupos anti-Dilma mudam estratégia do impeachment com manifestações diárias
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emOs grupos que lideram as manifestações de rua pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff desistiram de atuar em conjunto e mudaram suas estratégias de ação.
Com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deferir a petição assinada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr e Janaina Paschoal, eles desistiram de convocar mais uma grande manifestação nacional, como as que ocorreram em agosto e março, e optaram por promover ações diárias de rua nos moldes dos atos promovidos em 2013 em São Paulo pelo Movimento Passe Livre (MPL), que defendia a redução das tarifas de transporte público.
“Faremos manifestações todos os dias até o dia que o Cunha apresentar o impeachment” , diz Carla Zambelli, porta-voz da Aliança dos Movimentos Democráticos.
O primeiro ato, que está marcado para este domingo, na Avenida Paulista, será bem mais modesto que os anteriores. “Não teremos carros de som nem os bonecos infláveis, que estão em outras cidades”, diz a ativista. Já Vem Pra Rua marcou sua manifestação para segunda-feira, no Largo da Batata, em Pinheiros. “Será um modelo mais dinâmico. Não vai ter carro de som. E dessa vez não vamos ficar parados. Faremos uma marcha pelo impeachment”, diz o porta-voz do VPR, Rogério Chequer.
Ele diz que o grupo deve promover um novo ato nos mesmos moldes na quinta-feira se Eduardo Cunha não der andamento ao pedido.
Apesar de atuarem separadamente, os grupos anti-Dilma adotaram a mesma tática: pressionar o presidente da Câmara, mas sem pedir seu afastamento do comando da Casa ou a cassação de mandato.
Na semana passada, o PSOL e a Rede entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar.
O pedido está fundamentado no documento enviado na semana passada ao PSOL pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após um pedido formal do partido, confirmando que Cunha mantém contas bancárias secretas na Suíça.
“Eduardo Cunha não é nosso aliado é nosso aliado estratégico, mas também não estamos pedindo a cassação de outros acusados (na Operação Lava Jato). Não temos recurso para isso”, diz Rogério Chequer.
Em abril, os grupos reuniram 701 mil pessoas, segundo a polícia, ou 1,5 milhão, segundo os organizadores. Os números foram menores do que nos atos de 15 de março, que reuniram 2,4 milhões de pessoas, segundo a polícia, ou 3 milhões, segundo os organizadores. Em agosto foram 375 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.