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Ordem com independência acirra disputa pelo comando da OAB no Distrito Federal

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Os advogados de Brasília estão prestes a proclamar a ‘independência’ na OAB-DF. A avaliação é de representantes da própria categoria, numa análise da disputa que se trava pelo comando da seccional brasiliense da entidade. Ou, em outras palavras, a eleição, programada para o dia 16 de novembro, deve confirmar o favoritismo da chapa Ordem Independente, encabeçada por Paulo Roque.

Um dos pontos que vem sendo atacado na campanha é a omissão diante da greve dos servidores do Judiciário, que completa 135 dias, nesta quarta-feira (21). Também é alvo de críticas a inércia frente aos escândalos de corrupção no País, falta de transparência na gestão administrativa e pouca efetividade na defesa dos interesses dos advogados. Esses, aliás, foram os pontos levantados por cerca de 1 mil 200 advogados públicos e privados que se reuniram para o lançamento da Chapa Ordem Independente.

Os profissionais debateram formas de resgatar a representatividade política e social que marcou a atuação da instituição no passado. “Precisamos fazer um grande movimento de resgate da Ordem em favor dos advogados e da sociedade. Ela não pode continuar omissa”, afirmou o ex-presidente da entidade, Amauri Serralvo, conhecido por enfrentar os militares para defender a instituição durante a ditadura.

Serralvo e outros advogados de atuação histórica no DF, como Ronaldo Poletti, Emens Pereira e Ricardo Baitello, juntaram-se a lideres de diversos segmentos da advocacia, como Bruno Espiñeira, Max Telesca e o candidato à Presidência da OAB pela chapa, Paulo Roque Khouri.

“Nós lutamos juntos pelos advogados, por suas prerrogativas e não podemos assistir de braços cruzados à perda de capacidade de representação da OAB”, afirmou Paulo Roque em seu pronunciamento.

“O advogado tem de ser o protagonista da Ordem. Ela não é um partido político e precisa reconquistar sua independência. Isso é fundamental para a advocacia e para a sociedade”, completou.

“Encarnamos o ideal de todos os que querem fazer a real mudança dos destinos da Ordem”, enfatizou Telesca, candidato à vice-presidência.

Queixas – Nos últimos anos, cresceu entre a advocacia reclamações sobre a falta de independência política da OAB-DF. Com as crises política e econômica, a eclosão de cursos de Direito pelo País e dificuldades e a falta de ação em defesa dos advogados, a inatividade da instituição teria ficado em evidência, segundo eles.

Neste sentido, jovens advogados enfrentam severas dificuldades para se colocar no mercado. Muitos são forçados a buscar espaço no Entorno para se manter. As mulheres também enfrentam entraves para o desempenho de suas funções, principalmente durante a gestação e o período de lactação dos filhos.

“Não podemos perder tempo. Nós mulheres precisamos ampliar nossa participação política e buscar, no resgate da OAB, uma saída para os problemas que afligem as advogadas”, afirmou a professora e advogada Denise Vargas.

“Só temos uma saída, resgatar a OAB para os advogados”, completou a também professora e advogada Ivonete Granjeiro.

Custo Zero – O evento foi realizado durante jantar por adesão, onde cada participante arcou com sua própria despesa, num restaurante no Setor de Clubes Sul, próximo à Ponte JK. Essa modalidade de evento integra o projeto da Chapa Ordem Independente para a OAB. Trata-se do que convencionaram chamar de “Custo Zero”.

Segundo Paulo Roque, o custo zero é um método de gestão que busca a máxima efetividade do menor uso possível de recursos financeiros. “É um método moderno e eficiente de gestão administrativa e financeira. Nossa campanha inteira custará apenas R$ 65 mil”, explicou.

O custo zero também integra o projeto de reforma política proposto pelo grupo. Segundo eles, a OAB critica a força do poder econômico nas eleições gerais, mas não controla os orçamentos das chapas que disputam a Presidência da instituição.

“Sabemos que algumas chapas gastam fortunas nesta disputa. O custo zero, com controle de orçamentos, é a única maneira de permitir que advogados mais jovens ou com menos recursos financeiros possam se atrever a um dia disputar as eleições para a instituição que os representam”, explicou o candidato. Atualmente, o DF conta com cerca de 45 mil advogados registrados na Ordem.

Debate – Nesta quinta-feira (22), a Câmara Legislativa realizará, a partir das 19h, um debate entre os três candidatos à OAB-DF. Além de Paulo Roque, estão previstas as participações do candidato da chapa da situação, Juliano Costa Couto, e de Délio Lins e Silva, que representa o grupo do advogado Francisco Caputo, que foi derrotado nas últimas eleições.

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